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Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância.

Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio d...

Os profissionais antroposóficos: Quem são?



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Legenda:
1 – A consultora Viviane Rocha: Tese sobre administração antroposófica.
2 – O arquiteto Michael Moesh.
3 – Variedade: Da esq. para a direita: a agrônoma Andrea, a terapeuta Leila, o filósofo Carlos, a terapeuta Elizabeth e a médica Ana Paula.
O trabalho sob outro prisma
Baseada em conceitos como autoconhecimento, tempo e liberdade, há uma filosofia que ganha cada vez mais adeptos no mundo profissional, indo na contramão da pressa exigida pelo mercado
Débora Rubin
A máxima dominante no mundo profissional de que o mercado é acelerado, intransigente e ultracompetitivo não encontra eco em um grupo cada vez mais crescente no Brasil: os profissionais antroposóficos. São professores, médicos, arquitetos, agricultores, administradores, entre outros, que compartilham a mesma visão de mundo. Para eles, a busca do autoconhecimento, a integração com o ambiente de trabalho e o entendimento sobre o outro, seja um colega, seja um cliente, são apenas alguns dos alicerces do dia a dia. Para esse grupo, não basta produzir, é preciso haver um sentido em tudo o que se faz. A antroposofia é um conceito criado pelo filósofo e educador austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) no século passado, que engloba diversas áreas. É denominada uma ciência espiritualista, embora não seja religiosa. No Brasil, é conhecida especialmente por causa da pedagogia Waldorf – adotada por 53 escolas, que prega o “aprender fazendo” e trabalha o agir, o sentir e o pensar em todas as aulas – e também pela medicina antroposófica, que leva em consideração não só os sintomas físicos, mas os aspectos emocionais e espirituais do paciente.
A novidade é que cada vez mais profissionais de outras áreas têm adotado a antroposofia. É o caso da consultora comercial Viviane Rocha, que se apaixonou pelo tema após ir trabalhar na Weleda, empresa farmacêutica que segue essa linha. Em seu contato diário com os franqueados, ela faz questão de aplicar os conceitos plantados por Steiner. Ouvir o outro com atenção, entender sua dinâmica e buscar as soluções individuais. “Vamos um pouco na contramão do que acontece hoje no mercado corporativo, que não espera nada nem ninguém”, acredita Viviane. O resultado, diz ela, é mais preciso. Seu interesse pelo tema cresceu tanto que ela decidiu fazer mestrado em administração antroposófica. Outra tendência são as consultorias que usam os preceitos da filosofia para treinar líderes, coaching e projetos de desenvolvimento dentro de grandes empresas, caso do Instituto EcoSocial, que atende Sadia, Odebrecht e Itaú, entre outros.
Na arquitetura, o Brasil ainda dá os primeiros passos. Segundo o arquiteto Michael Emil Moesh, formado na Holanda, a chamada arquitetura orgânica ainda cheira a novidade como termo. Suas diretrizes, no entanto, são bem difundidas atualmente, como integração de ambientes, utilização de recursos naturais e sustentáveis e a consideração pelo modelo de vida do morador, pelas suas ideias e atividade profissional.
“Hoje isso soa moderno, mas foi idealizado por Rudolf Steiner há quase um século”, diz Moesh. O próprio Steiner foi arquiteto. É dele o projeto do Goethenum, em Dornach, na Suíça, considerado o centro antroposófico do mundo e onde, na semana passada, foi dada a largada para as comemorações pelos 150 anos do nascimento do filósofo austríaco.
“Os valores dessa ciência estão espalhados hoje em todos os setores da sociedade. Muitas vezes uma pessoa vive de acordo com eles sem saber que é antroposofia”, diz o filósofo Carlos Maranhão, da Editora Antroposófica. Para ele, as pessoas estão um pouco cansadas das respostas puramente materialistas, que já não dão conta dos anseios modernos. Daí a busca por uma compreensão maior do lado espiritual. O advogado André Hatoun passou anos separando sua simpatia pela antroposofia da vida profissional. “Achava que o direito e uma ciência espiritual eram conflitantes”, explica. Até perceber que podia adotar uma postura mais condizente com seus ideais também no escritório. Hoje, ele tenta ir além do problema levado pelo cliente, busca entender seu modelo de vida, sua forma de pensar e seu lado espiritual. “Agora consigo ver minha profissão como uma missão.”
Fonte:http://www.istoe.com.br/reportagens/109479_O+TRABALHO+SOB+OUTRO+PRISMA
Comportamento | N° Edição: 2139 | 05.Nov.10 – 21:00 |

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