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Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância.

Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio d...

Breve resumo sobre pontos divergentes entre as teorias de Piaget & Vygotsky




Podemos perceber que tanto Piaget como Vygotsky reconhecem a criança como um ser capaz de interagir com o meio sofrendo influência deste e também provocando mudanças neste ambiente. Mas encontramos mais divergências que pontos em comum. Abaixo estão alguns pontos importantes que se divergem nas formas de pensar os processos:

1)  Piaget: Prioriza a maturação biológica, onde os fatores internos são mais importantes. O desenvolvimento ocorre de forma sequencial, fixa e  universal de estágios.
Vygotsky: Prioriza o Social, pois segundo sua teoria, o desenvolvimento ocorre de fora para dentro, varia de acordo com estes fatores externos como cultura, família, ambiente, clima e etc.

2) Para Piaget os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança de acordo com o estágio em que ela se encontra. A visão particular (egocêntrica) que a criança tem sobre o mundo, vai progressivamente se aproximando da visão do adulto de forma objetiva e socializada.
Vygotsky discorda de Piaget, pois para ele a criança é um ser social, nasce em um meio social e sua interação com o mesmo, a construção do real é mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança.

3) Piaget acredita que a aprendizagem subordina se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele minimizando impacto da interação social no processo.
Já para Vygotsky, acontece o contrário. Desenvolvimento e Aprendizagem influenciam - se de modo que quanto mais apredizagem, mais desenvolvimento e vice versa.

4) Para Piaget o pensamento precede a linguagem no desenvolvimento e que esta é apenas uma das várias formas de expressão. O pensamento depende de coordenação de sistemas sociomotores e não da linguagem que só ocorre após a criança percorrer determinados nívies de habilidades cognitivas, subordinando se aos processos de pensamento. Não se pode ensinar a seriar, pensar, classificar, usando apenas a linguagem.
Vygotsky defende que pensamento e linguagem são interdependentes desde o início da vida. A aquisição da fala modifica suas funções mentais superiores: possibilita imaginar, acessar as memórias, e planejar as ações.
Deste modo sistematiza a experiência direta que adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo reorganizando processos em andamento. 
A cultura molda o psicológico, determina a maneira de pensar do indivíduo.As funções psicológicas de uma pessoa são mediadas pelo social, os conceitos são construídos e internalizados de pessoa para pessoa.
A palavra é o microcosmos, é o início de tudo e tem os significados diferentes, é polissêmica; a mente da lugar à pessoa que é o sujeito de seu conhecimento.

Conclusão:
São duas importantes vertentes da teoria comportamentalista, mas  devemos entender primeiramente o contexto em que foram criadas.  A exemplo de Piaget, que revolucionou o modo científico de olhar para a criança explicitando as fases de desenvolvimento de ser humano, mostrando nos que existem padrões de comportamento dentro da cronologia das fases; a teoria de Piaget ainda é muito difundida, mas será a melhor forma "hoje", para entender e reformular a educação? Se partirmos da idéia de que todos somos diferentes, temos um histórico familiar, cultural, étinico que não devem ser ignorados, qual seria a melhor forma de aplicar a teoria de Piaget, se é que isto é o mais apropriado?
E Vygotsky? O homem é mesmo um ser social? Todos somos seres sociais? Este teórico tem idéias que me satisfazem muito, dentro do que eu espero da educação. Mas existem tantas outras teorias. Será que o que nos falta é lançar um olhar humanizado para a educação, derrubando estes paradigmas? Toda teoria terá sua importância, o que fará a diferença será nossa postura diante da sala de aula. Sem extremismos, devemos pensar e estudar todas estas teorias, mas não devemos esquecer que o ser humano é tão complexo que é quase utópico pensar em algo definitivo que solucionará as falhas na educação. Trabalhamos com "gente", ideologias, estudos, pesquisas e teorias não serão o bastante. O profissional educador deve se lembrar de sua própria vida escolar, se posicionar no lugar da criança e "ler" nas entrelinhas o que realmente pode funcionar naquele momento. O homem é um organismo vivo, que se modifica a cada respiração, e que modifica a realidade em que está inserido. Portanto a educação também deve ser vista como um processo orgânico, natural e que integre em sua essência o desenvolvimento físico, mental e espiritual. Uma visão holística da educação pode ser um dos caminhos.
Danúbia Rocha

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