![]() |
Beethoven |
Compositor é um profissional que escreve música. Normalmente o termo se refere a alguém que utiliza um sistema de notação musical que permita a sua execução por outros músicos. Em culturas ou gêneros musicaiscompositor
pode-se referir ao criador original da música. Nesse caso, a
transmissão para outros intérpretes é feita por memorização e
repetição. Em geral, o compositor é o autor da música e, como tal, é o detentor dos direitos autorais. Atualmente as composições musicais são defendidas pela legislação de direitos autorais. Existem editoras especializadas em música e o compositor ou detentor dos direitos da composição recebem royalties sempre que uma nova gravação comercial ou execução pública é realizada.
fonte:wikipédia
Um dos maiores compositores Brasileiros::
Provavelmente poucos
homens foram tão versáteis, tão ativos e produtivos , na música, como Heitor
Villa-Lobos.Villa-Lobos seguiu simultaneamente carreiras de sucesso como violoncelista,
maestro, educador e compositor. Tinha um entusiasmo incomum pela juventude brasileira. Era
para a juventude daquela época que ele desejava abrir-lhes o caminho do mundo da arte.
Todavia ele aprendera música sozinho.
Villa-Lobos escreveu música durante toda a sua vida, grande parte
inspirada na música folclórica brasileira. Ele compunha constantemente, muito
rapidamente, e sempre levado pôr um impulso interior.Gostava de compor no meio de uma
confusão muito grande.Era normal, sempre em sua volta ouvir-se o rádio ligado,
televisão, a vitrola, um piano ou uma conversa muito animada. Ele tomava parte em toda
essa atividade, e ao mesmo tempo criava uma composição nova e original. As suas obras
são tão numerosas que ele mesmo não tinha idéia de quantas criara. Conhecem-se cerca
de mil composições de Villa-Lobos.
Heitor Villa-Lobos nasceu no dia 5 de março de 1887, na Rua Ipiranga,
no bairro das Laranjeiras, Rio de Janeiro. Filho de Raul Villa-Lobos , professor, músico
amador e funcionário da Biblioteca Nacional, e de Dona Noêmia, que se dedicava às prendas domésticas.
Dona Noêmia sempre incentivou os estudos escolares de Heitor e
alimentou a esperança de ver o filho formado em medicina. Não lhe agradava a idéia de
vê-lo formado músico. Proibiu o menino de estudar piano, temendo que ele se empolgasse com a
música.O próprio violão ele teve que estudar escondido. Só que seu grande sonho de
vê-lo formado médico nunca aconteceu. O ambiente musical foi decisivo.
Muito cedo Heitor ou Tuhu, seu apelido familiar, iniciou sua vida
musical. Começou aos seis anos,tocando um pequeno violoncelo (uma viola adaptada para
este fim). Recebia as lições de seu pai. No ano seguinte já improvisava melodias sempre
baseadas em cantigas de roda. Na casa de Raul tocava-se boa música. Convidava os amigos e
realizavam verdadeiros concertos em casa. Nomes conhecidos da época eram assíduos
freqüentadores destes saraus. Organizavam grupos de câmara, fazendo-se música até
altas horas das noites de sábado.Tal hábito durou anos e teve influência decisiva na
formação musical de Villa-Lobos. Cultivou seu gosto musical, conheceu de tudo e acumulou
considerável experiência naquela atmosfera.
Todavia, ao invés de aprender a gostar do que já era considerado
indiscutivelmente bom, encheu-se de tédio pela inegável semelhança formal da música
que se via forçado a ouvir e a executar em seu violoncelo. Seu interesse pôr Bach
começou aos oito anos de idade. A explicação é dupla: o garoto estava farto daquela
música banal que o atingia pôr todos os lados e queria agarrar-se a algo diferente. Duas
coisas pareciam-lhe incomuns: Bach e a música caipira.
Aos 11 anos aprendeu com o pai a tocar clarinete. Conheceu a música
nordestina, pois costumava freqüentar como pai a casa de Alberto Brandão, onde se
reuniam cantadores e seresteiros nordestinos. A música popular exerceu sempre uma
atração em Villa-Lobos. A paixão pela música popular levou-o a aperfeiçoar-se no
violão e a estudar com afinco o saxofone e o clarinete, sempre pôr contra própria.
Após longa enfermidade, seu pai faleceu aos 37 anos, deixando sua
família numerosa em situação difícil, apesar de trabalhador e bom chefe de família.
Era um homem imprevidente, ganhava bem mas gastava tudo, sem controle.
Dona Noêmia ficou em apuros, pois esgotaram-se todos os recursos. Foi
obrigada a trabalhar duro para sustentar Tuhu e seus sete irmãos. Mas foi com admirável
energia que aquela senhora, acostumada à vida social e ao trivial doméstico, pôs-se a
lavar e a engomar guardanapos e toalhas para a "Casa Colombo", hoje a
tradicional "Confeitaria Colombo".
Com a morte do pai, em 1899, aconteceu a liberdade para o terrível
Tuhu que, imediatamente aproximou-se dos ídolos de sua infância , os
"Chorões". Estava com dezesseis anos quando fugiu de casa, fixando-se na casa
de sua tia Fifina (ela lhe tocava o "Cravo bem Temperado" de Bach) , a fim de
ser mais livre para viver entre os "chorões"e tocar em grupos na noite. Foi um
ótimo período para Heitor, que não tardou a aprender a lutar capoeira e a caçar preás
com o amigo Zé do Cavaquinho. Era figura obrigatória na sede de "O Cavaquinho de
Ouro", na Rua da Carioca, junto a Anacleto de Medeiros e outros chorões.
Mas seu fanatismo pelos músicos do "choro" não o impediu de
prosseguir seus estudos no colégio do Mosteiro de São Bento.
A experiência veio com a necessidade de tocar em pequenas orquestras
em festas e bailes, exibir-se como concertista de diversos instrumentos em suas viagens,
enfim, da miséria e da necessidade que por muitas vezes passou. Era o início de uma vida
penosa e boêmia que duraria muitos anos. Tocou no "Teatro Recreio", repertório
dos mais variados. Também no cinema "Odeon", em bares, hotéis, cabarés. Sua
produção musical desta época limitava-se à valsinhas, dobrados, música popular
despretensiosa.
Em 1905, aos 18 anos, resolveu viajar para o Nordeste.Vendeu alguns
livros raros deixados pelo pai e viajou, passando pôr Espírito Santo, Bahia e
Pernambuco.Extasiou-se com tanta riqueza de folclore. Passou temporadas em engenhos e
fazendas. Conheceu as canções dos vaqueiros, os instrumentos primitivos do sertão. No
ano seguinte embrenhou-se pelo Sul.
Em 1907, de volta para o Rio de Janeiro atingiu também sua maioridade
musical, ao compor sua primeira obra típica, "Os Cantos Sertanejos", para
pequena orquestra, onde procurou reproduzir os ambientes musicais regionais. Disposto a
ter uma formação acadêmica musical (embora sua mãe ainda insistisse na medicina),
Heitor matriculou-se no curso de harmonia de Frederico Nascimento, no Instituto Nacional
de Música . Não agüentou mais do que poucos meses e partiu em uma nova viagem pelo
Nordeste.
Em sua quarta viagem, a segunda pelo Nordeste , seguindo para o Norte,
teve como companhia seu amigo Donizetti, um boêmio incorrigível e bom músico. Foi a
companhia ideal para a ousada excursão que duraria três anos. Donizetti, constantemente
alcoolizado e Villa-Lobos convencido das pesquisas que realizava. Em cada lugarejo em que
chegavam,Villa-lobos tratava logo de arranjar alguns concertos e desintoxicar o amigo. E
os dois multiplicavam-se, fazendo números de violoncelo, piano, violão e saxofone.
Ganhavam o dinheiro para a sobrevivência e prosseguiam a viagem.
A colheita do material folclórico foi enorme, mas muito se perdeu nas
travessias dos rios. Por duas vezes no rio São Francisco sua frágil canoa virou,
perdendo toda a bagagem. Mal tiveram tempo de recolherem seus instrumentos, que
significavam o pão de cada dia. No rio Solimões aconteceu o mesmo, mas desta vez já
tinham experiência: traziam os instrumentos amarrados ao corpo .
Retornando ao Rio, soube que sua mãe fizera rezar uma missa pôr sua
alma, imaginando-o morto.
Em 1913 casou-se com a pianista Lucília Guimarães, com quem viveria
até 1935. Se no início ela lhe forneceu os segredos da técnica pianística, nos anos 20
ajudava o marido a preparar a obrigatória feijoada dos domingos em seu apartamento em
Paris.
1915 foi uma época marcante na vida do mestre; ano de sua
apresentação no Rio como compositor, causando críticas violentas pôr suas obras cheias
de inovações. Em 1917 e 1918 realizaram-se mais três recitais com suas obras,
repetindo-se as críticas.
Villa-Lobos ganhava a vida tocando violoncelo nos teatros e cinemas
cariocas. Artur Rubinstein, grande pianista polonês, naturalizado americano, tinha ouvido
falar muito sobre Villa-Lobos e conseguiu que amigos o levassem até o cinema Odeon, onde
Villa trabalhava em uma orquestra mambembe, tocando nos intervalos e durante os filmes
mudos. Após algumas músicas banais, atacaram uma de suas "Danças Africanas"e
o grande pianista aproveitou o intervalo para cumprimentá-lo. Mas foi rechaçado
violentamente com os seguintes dizeres: "Você é um virtuose e não pode compreender
minha música!".
Após esta desagradável recepção, Rubinstein retirou-se sem dizer
nada. Mas no dia seguinte, no hotel onde se hospedava, bateram em sua porta, as oito horas
da manhã. Qual não foi a surpresa do pianista quando surgiu Villa seriíssimo, cercado
pôr uma dúzia de músicos. Tocaram várias composições para que Rubinstein ouvisse.
Artur Rubinstein foi um dos maiores divulgadores de Villa-Lobos na Europa. Gravou um
álbum de discos do mestre e sempre apresentava suas obras em suas tournés mundiais,
entre elas o Rudepoema e a Prole do Bebê.
Semana de Arte Moderna - movimento surgido em São Paulo em 1922 quando
várias atividades artísticas foram apresentadas no Teatro Municipal de São Paulo.
Villa-Lobos foi convidado pelos modernistas a participar e ficou entusiasmado com a
proposta, que coincidia com suas idéias. Como todos os participantes, o mestre foi
vaiado, principalmente quando em um de seus concertos entrou de casaca e de chinelos, por
estar com um dos pés machucado.
Suas obras desta época sofrem influências das técnicas de
composição do fim do século francês. O compositor pôs em banho-maria sua vivência
juvenil da música popular. Mas não foi Villa-Lobos o único compositor moderno a ser
interpretado. A música de Debussy, praticamente desconhecido no Brasil e a de Eric Satie
escandalizaram a Paulicéia Desvairada.
Estando conhecido nos meios musicais brasileiro, seus amigos resolveram
animá-lo a viajar para a Europa. Por um projeto apresentado na Câmara do Deputados, foi
aprovada uma verba para financiar uma viagem a Paris, para divulgar sua obra.
Em 1923 partiu o mestre para a Europa, não para aprender, mas para
ensinar e divulgar sua obra, logo se impondo. Em sua estréia em Paris na Salle Gaveau, em
1923, Heitor surpreendeu-se com uma pequena biografia sua em um jornal, escrita pôr Lucie
Mardrus. A poetisa francesa, que visitou o compositor no Rio e falava português
razoavelmente, pediu-lhe emprestado o livro Viagem ao Brasil, do alemão do século XVII,
Hans Staden...e atribuiu a Villa-Lobos as aventuras pelo estrangeiro dois séculos antes!
"No período de 1909 a 1912, nosso músico realizou afinal a sua desejada viagem
através das terras ainda habitadas por índios, incorporado a várias missões
científicas, principalmente alemãs. Foi assim que pôde observar longamente os seus
colegas musicais de tacape, assistir a rituais de feitiçaria.(...) Foi pegado pelos
índios e condenado a seu comido moqueado. Prepararam as índias velhas a famosa festa da
comilança ( o artigo não diz se ofereceram a Villa a índia mais formosa da maloca) e o
coitado, com grande danças, trons de maracás e roncos de japurutus, foi introduzido no
local do sacrifício. Embora não tivesse no momento nenhuma vontade pra dançar, a praxe
da tribo o obrigou a ir maxixando até o poste de sacrifício. E a indiada apontava pra
ele, dizendo: "Lá vem nossa comida pulando!". (Mário de Andrade - 1930)
Villa-Lobos assimilou a "discreta" confusão da francesa mas
foi obrigado a responder a uma madame parisiense se ainda comia gente: "No momento,
só gosto de crianças, especialmente as francesas, que são as mais tenrinhas..."
Superado os problemas de afirmação, em 1927, Villa já havia impresso
19 obras em Paris. Seu nome já era conhecido no cenário mundial. A partir daí passou a
apresentar concertos de suas obras, regendo orquestras importantes da Europa. A partir
desta época Villa-Lobos era um nome famoso em Paris. Mas apesar dos sucessos, as
dificuldades financeiras não desapareciam e Villa volta para São Paulo, depois para o
Rio de Janeiro, para assumir a Superintendência de Educação Musical e Artística.
Em 1930, Heitor regressou ao Brasil, já tendo conquistado Paris.
Estourou a revolução e o interventor de São Paulo, João Alberto, convidou-o a
organizar um programa de educação musical no Estado. A experiência durou dois anos,
findos os quais Heitor retornou ao Rio para assumir a Superintendência de Educação
Musical e Artística, com o aval de Getúlio Vargas. Reinou durante todo o Estado Novo
como condutor oficial da política de educação musical no país, baseada no coral e
canto orfeônico. O resultado deste trabalho foi a criação das chamadas Exortações
Cívicas Villa-Lobos, espetáculos que chegaram a reunir até 42 mil vozes, como o
realizado no campo do Vasco da Gama, para cantar o Hino Nacional e outras peças cívicas.
É verdade que que houve quem não lhe poupasse críticas, acusando-o de fascista,
colaborador do Estado Novo e de Getúlio. Mas, de qualquer modo, as Exortações Cívicas
foram um sucesso e, já consagrado no exterior, finalmente lançaram-no à glória tardia
em sua terra natal.
Mesmo envolvido com o trabalho faraônico de treinar orfeões e
professores, Villa não se descuidava de outros projetos. Foi assim que, financiado pôr
seu próprio bolso, o bloco carnavalesco Sodade do Cordão saiu em 1940, comemorando os
velhos carnavais.
Paralelamente, sua saúde começa a se debilitar. A 7 de setembro de
1941 apareceu com uma hérnia. Em 1948 foi atingido pôr um câncer que lhe consumiu a
próstata, a bexiga e o rim, mas não o poder criativo. Foi para os Estados Unidos para
tratar-se, mas morreu, aos 72 anos, em 17 de novembro de 1959, no Brasil, país que nunca
deixou de amar, mesmo quando nele não foi compreendido.
Villa-Lobos jamais quis pesquisar o folclore cientificamente, à Bela
Bartók, pôr exemplo.
Nem sua vastíssima produção nutre-se apenas das manifestações
rurais ditas rurais. Em vez disso, nutre-se da linguagem impressionista francesa, Puccini
e Wagner; do choro carioca e das formas de música popular urbana do Rio de Janeiro do
início do século; e do folclore rural indisciplinadamente assimilado nas viagens da
juventude.
Os dezessete quartetos de cordas, as doze sinfonias, os poemas
sinfônicos, as nove "Bachianas Brasileiras", os catorze "Choros", os
cinco concertos para piano e orquestra, os estudos para o violão, a ópera Yerma, a vasta
produção pianística ( grande parte dedicada às crianças) e coral, tudo isso tem pouco
em comum. O ritmo talvez seja seu fio estrutural; o gosto pelo contraste, superposição
de modos maiores e menores. Sua obra se caracteriza pelo uso original de instrumentos de
percussão e de ritmos nacionais. Uma de suas séries mais características é o das
Bachianas Brasileiras (1930 - 1944), em número de nove - particularmente popular a de
número 5 para soprano e conjunto de violoncelos, e a de número 4 para piano.
Muitas de suas produções se extraviaram, percalços, sem dúvida, de
grande riqueza e abundância da obra. No entanto, conhecem-se cerca de mil composições
de Villa-Lobos.
http://www.oliver.psc.br/compositores/historiamusica.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se expresse aqui...