O que é Antroposofia ?
Correspondendo às suas raízes lingüísticas, a palavra
Antroposofia (do grego Antropos - Homem e Sophia - Sabedoria)
significa sabedoria a respeito do homem. Elaborada, em seus princípios, pelo
filósofo e cientista austríaco Rudolf Steiner (1861- 1925), procura satisfazer
a busca de conhecimento do homem moderno a respeito de si mesmo, buscando
responder recorrentes perguntas do ser humano: Quem sou eu? De onde venho? Para
onde vou? Qual é o sentido de minha existência?
Além da Pedagogia Waldorf, praticada em mais de 650 escolas em todo o
mundo, a Antroposofia trouxe bases científicas para uma renovação nas
diversas áreas da vida social, como a Medicina, Artes, Agricultura
Biodinâmica, Terapias, Educação Especial, e muitas outras. (Veja mais no site:
www.sab.org.br ).
2. Ao sair de uma escola Waldorf meu filho terá dificuldades em
adaptar-se a outras escolas ou ao mundo?
A prática e relatos mostram que as crianças transferidas para outras
escolas normalmente conseguem bom desempenho e boa adaptação. Freqüentemente se
sobressaem quanto à capacidade de concentração, criatividade, entrosamento
social, autonomia e alegria no aprender.
3. O ensino é “mais fraco”, se comparado às Escolas convencionais?
Não. A Escola Waldorf também exige muito dos alunos. A diferença está na
forma com que os assuntos são trazidos às crianças, e no respeito às suas fases
evolutivas.
4. E o vestibular?
Jovens ex-alunos Waldorf, mostram-se aptos a passar em qualquer
vestibular, tanto quanto alunos de escolas tradicionais. Podem tornar-se bons
profissionais nas áreas de ciências exatas, humanas, biológicas ou quaisquer
outras. Normalmente mostram sensibilidade em relação às questões de ordem
social, estando bem conectados à realidade. Enfrentam os desafios da vida com
equilíbrio e com os “pés no chão”.
5. Como são feitas as avaliações nas escolas Waldorf?
O progresso dos alunos é descrito detalhadamente pelos professores, nos
boletins anuais. Mais do que notas por matéria, são enfocadas habilidades como
perseverança, interesse, motivação e força de vontade. Esse método de avaliação
permite um acompanhamento amplo do desenvolvimento da criança. As provas e
testes também são aplicados, quando o professor julga necessário.
6. Como se dá o ensino da Informática?
Partindo de um estudo aprofundado a respeito do desenvolvimento do ser
humano, constatamos que a criança só deveria utilizar computadores quando,
simultaneamente, puder compreender o seu funcionamento mecânico. Tal habilidade
surge de forma viva e livre, no Ensino Médio. Essa espera
proporcionará ao jovem a capacidade de não se deixar manipular, fazendo uso
consciente dos meios eletrônicos, tão importantes na época em que vivemos.
7. Como a questão dos Limites é trabalhada?
O ser humano só alcança sua maturidade aos 21 anos. A criança
gradativamente conquista autonomia, responsabilidade e liberdade. O
limite é imprescindível para a criança em desenvolvimento.
Embora na educação infantil a criança tenha seu espaço de expressão
através do brincar espontâneo, existem limites e atividades definidas, ritmo e
horários, o que traz segurança para o ambiente.
Do maternal ao ensino fundamental, os limites são claramente colocados
pelos professores, em linguagem adequada a cada faixa etária.
8- Como é a alfabetização nas escolas Waldorf?
Na Escola Waldorf, a alfabetização tem início no Ensino Fundamental,
devido ao respeito que se dá a diversos aspectos do desenvolvimento
da criança, e não apenas o cognitivo ou intelectual.
Atualmente muitas crianças apresentam precocidade no lado intelectual, o
que não quer dizer que tenham maturidade para submeter-se a um processo de
alfabetização. Muitos problemas futuros podem ser evitados, quando se tem a
devida paciência para esperar. Crianças que entram no primeiro ano
Waldorf já alfabetizadas têm a oportunidade de conhecer as letras e a escrita
de maneira viva e artística o que amplia em muito sua relação com o mundo
letrado.
9- Como é tratada a Religião nas Escolas Waldorf?
A Antroposofia não é uma religião. É uma visão do Universo e do Homem
obtida segundo métodos científicos. Dessa cosmovisão decorre uma imagem do ser
humano, que é objeto de constante estudo para os professores.
Nas Escolas Waldorf, não se prega nenhuma confissão específica,
respeitando-se a liberdade espiritual de seus alunos e familiares.
O sentimento de religiosidade, que a criança naturalmente traz consigo,
é cultivado na celebração das festas cristãs e também através de pequenos
gestos de gratidão aos homens, à natureza e a Deus.
10- Há alguma recomendação da Escola em relação à alimentação?
As crianças devem evitar os doces na parte da manhã, pois o organismo
não está apto a digeri-los, o que prejudica a concentração. Na medida do
possível, o ideal é receber uma alimentação integral isenta de agrotóxicos.
11- Como é a formação do professor Waldorf?
O professor Waldorf, além da formação tradicional exigida pelo MEC,
passa por uma formação específica, que consiste nos Cursos de Formação em
Pedagogia Waldorf, com duração mínima de 1600 horas. Fazem parte da formação
matérias teóricas como as que tratam do currículo e do desenvolvimento da
criança. Filosofia, Arte, História da Arte, Música, Trabalhos Manuais, entre
outras.
Entretanto, a formação de todo professor se completa dentro da
sala de aula, no exercício diário da sua missão.
Num mundo onde valores humanos são cada vez menos considerados,
temos a árdua tarefa de lutar contra uma corrente que prega a
alienação, a massificação de idéias, a falta de sensibilidade. O professor,
como agente transformador da sociedade, começa tansformando-se a si próprio.
A relação professor-aluno é o aspecto mais importante para uma educação
integral. Informações podem até ser transmitidas por meios eletrônicos.
Educação, não.
12- As Escolas Waldorf são reconhecidas pelo MEC?
Sim. E têm suas Propostas Político Pedagógicas avaliadas como uma
das mais completas e adequadas aos novos Parâmetros Educacionais mundiais.
13- Como são administradas?
A organização administrativa de cada instituição Waldorf segue o
princípio da autogestão. Não há dono, mas conselhos. Cada escola é
representada juridicamente por uma Associação sem fins lucrativos, da qual
participam professores, pais, e aqueles que sentem afinidade com os seus propósitos
educativos e culturais. Esta filosofia, ou tipo de gestão que dela provém, não
muda em nada quaisquer responsabilidades pedagógicas, financeiras ou jurídicas.
A Escola Waldorf responde a todos esses níveis, como qualquer outra escola.
Arte: um caminho para a transformação
Elaine Cimino
(Fornecido pela Associação Elo)
(Fornecido pela Associação Elo)
“... a verdadeira
cura, a transformação do mal em bem, dependerá da capacidade da verdadeira arte
de fornecer às almas e corações
humanos
um caminho espiritual.”
Rudolf Steiner
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Introdução
Neste fim do século [a autora referia-se ao séc. XX] a perda de valores
e referências é geral. E segue aumentando o número de pessoas que não se
encontram mais em si mesmas. A sensação de desordem permeia as relações, o
trabalho, a arte, a vida. Na busca de realização, fórmulas milagrosas prometem
satisfação rápida e fácil. Mas, essas curas do tipo fast-food – instantâneas e
efêmeras – agem apenas na superfície: tirando-se a camada externa, o que sobra
é o caos.
A verdadeira harmonia nasce de dentro para fora. Calma e gradualmente.
Para alcançá-la, além de esforço pessoal, são necessários instrumentos
adequados, já que pouco serve a força e a vontade de um lenhador se, em vez de
um bom machado, lhe for oferecida uma simples faca. E é aí que as artes entram
em cena.
O impulso artístico proposto por Rudolf Steiner – e formulado pela Antroposofia por meio da euritmia, escultura, pintura e arte da fala – é o machado
afiado que possibilita ao aprendiz entrar em contato com seus próprios veios.
Na busca do elemento artístico específico de cada arte, a pessoa depara-se com
o universo dos fenômenos, conhece suas formas de expressão, e pode criar a
partir de elementos como equilíbrio, movimento, cor, som, forma, ritmo, etc. A
aproximação com tais elementos exige concentração e auto-observação, qualidades
que se adquirem durante o próprio fazer artístico.
Ao criar algo completamente novo, saído inteiramente do seu interior, a
pessoa trabalha e mostra seus limites ao mesmo tempo em que afirma sua
individualidade e valoriza a si mesma. E é assim que, com a ajuda da arte, dá
os primeiros passos rumo à superação de si mesma.
O fazer artístico ampliado pela antroposofia é sempre um veículo de
expressão da alma. Assim, ele pode ser realizado com duas intenções: uma
artística, onde o objetivo é a comunicação plena do artista – que segue por um
caminho de auto-transformação – com o espectador da obra de arte, podendo atuar
positivamente sobre este. E outra, terapêutica, onde o fim a ser alcançado é o
equilíbrio e a harmonização interna do indivíduo.
Em cada arte, um elemento, uma função:
– Escultura
O corpo-a-corpo do aprendiz com a matéria – barro, madeira ou pedra – e
a metamorfose da mesma, ensinam e despertam o respeito pelo material e o
conhecimento das forças vitais do universo (expansão, contração, volume,
espaço, movimento, ritmo e equilíbrio). Aprende-se a criar respeitando as
qualidades de cada material, visando captar sua essência e não apenas a sua
aparência.
– Pintura
A investigação das cores e de suas características é o ponto de partida
para o trabalho do pintor. Ao conhecer as qualidades de cada cor (expansão/contração,
movimento/calma...) o indivíduo confronta-se com suas próprias qualidades e
dificuldades. Com esse conhecimento ele pode utilizar a essência das cores para
revelar muito de si próprio. Veja as páginas com quadros de Gisela Nisch, Inês Benou, Myrian César e Rosa Prado.
– Euritmia
Diferentemente das artes plásticas, a euritmia não lida com materiais,
mas com um instrumento: o próprio ser humano que, de forma sutil, reproduz com
gestos os movimentos realizados pelo aparelho fonador ao cantar e falar.
Juntamente com a música e a poesia, o euritmista expressa suas vivências mais
íntimas. Segundo Rudolf Steiner, a euritmia é a fala visível.
– Arte da Fala
Na fala a pessoa revela-se, traz à tona conteúdos que nem sempre deseja
tornar públicos. O estudo e a sensibilização do falar mostra vícios de
entonação, expressão, tensões, dificuldades respiratórias etc. Depois de se
perceber, o indivíduo pode falar de forma consciente, desenvolvendo as
qualidades artísticas da linguagem e expressando-se artisticamente.
– Terapia Artística
(Texto contribuído pela AURORA - Associação Brasileira dos Terapeutas
Artísticos Antroposóficos.)
A terapia artística fundamenta-se na visão médica, terapêutica e
artística ampliada pela Antroposofia de Rudolf Steiner, segundo a qual o homem
é um ser constituído de espírito, alma e corpo vivo, e no conhecimento teórico
e prático dos elementos das artes e das leis que os regem. Assim, por meio
desses elementos, que nas artes plásticas são, por exemplo, cor, forma, volume,
disposição espacial, etc., a terapia artística possibilita que a pessoa
vivencie os arquétipos da criação, ou seja, se re-conecte com as leis que são
inerentes à sua natureza interior mas que foram "esquecidas" por
diferentes motivos. Com isso, traz um contato com a essência sanadora de cada
um. (Ver a subseção de terapia artística dentro da seção de medicina e terapias antroposóficas.)
Ampliação de fronteiras
O impulso artístico baseado na antroposofia rompe barreiras e chega
muito além das galerias, dos palcos e das clínicas de terapia. Crianças
carentes, portadores do vírus HIV, excepcionais, estudantes de psicologia e
pedagogia, empresários e pacientes de hospitais que conhecem e trabalham com
estes princípios, são alguns exemplos da expansão dos domínios da arte.
“O mundo está carente de arte. Vivemos um momento muito
intelectualizado, onde as pessoas têm medo da arte. Com meu trabalho espero
contribuir para que os alunos soltem-se e encontrem-se consigo mesmos por meio
das cores”, sintetiza Márcia Correia Lourenço, artista formada pelo Centrarte,
e professora de pintura nos cursos de Pedagogia e Psicologia da Universidade de
Ribeirão Preto e no PRAIDS (casa de apoio a aidéticos).
É a arte ampliando seus limites. Ao ultrapassar o conceito da “arte pela
arte”, ela cresce e passa a exercer uma grande função social. Tanto sobre seus
praticantes, como também sobre todos aqueles que têm a oportunidade de,
simplesmente, apreciá-la.
www.sab.org.br/artes/
Adorei o seu blog!
ResponderExcluirParabéns!!!!
obrigada pela visita amiga um ótimo
ResponderExcluirfinal de semana para vc tb fica com Deus.
Biscuit magic
bjs
Danúbia, que prazer ler seu blog. Entro aqui e já me deparo com um artigo ótimo sobre antroposofia. Muiito bom!!!
ResponderExcluirObrigada pela visita, pelo carinho e por me proporcionar conhecer um blog de alguém tão preocupada em melhorar a educação . Parabéns!
Olá Danúbia
ResponderExcluirGostei muito do seu blog.
Apesar de não me tratar pela antroposofia, acho muito bacana a maneira desse tratamento e da pedagogia da escola. Tenho amigos médicos que trabalham com antroposofia e que os filhos estudaram em escolas antroposóficas, em São Paulo.
Noooossa, fiquei encantada com suas palavras, muuuuito obrigada !!!
ResponderExcluirFaço tudo com muito amor,um amor sem intereses,que hoje em dia está ficando cada vez mais raro,não é?
Não sei se sou digna de tanto carinho.
Fiquei super,hiper,mega encantada com o seu blog,quando comecei a ler não conseguia parar mais,é fascinante,parabéns...
Parabéns pelo seu trabalho.
Fica com Deus
Tudo de bom pra você,sucesso !
Fátima
Bjs
Muito bom esse artigo sobre Antroposofia.Ontem vi um filme todo baseado na pergunta "Quem sou eu" muito interessante para reflexão.Amei seu award, obrigada!!Bjus
ResponderExcluirOlá Danúbia! obrigada pela visitinha.. .Realmente Deus tem me abençoado muito. Já estou te seguindo..bjs
ResponderExcluirPor que todos waldrf que conheci são trasnlumbrados com a filosfia, negligenciam seus filhos proporcionando uma educação no mínimo imbecilizante, e tratam os não waldorf como lixo, são grossos, falam de anjinhos mas são capazes te enfiar um garfo no olho?
ResponderExcluirQuerida Cynthia, o que faz um homem ser bom verdadeiro e solidário para com seu próximo não é sua crença ou religião.A pedagogia Waldorf é apenas mais um dos muitos caminhos encontrados para se formar um ser humano mais próximo de suas origens e relação com a natureza.Minha querida, você tem todo direito de criticar e pensar sobre tudo.É uma pena você generalizar desta forma preconceituosa.Você não conheceu "os waldorf" conheceu "pessoas" que talvez não vivenciaram a filosofia em sua totalidade. Eu conheço pessoas desagradáveis em todas as religiões.E para falar a verdade as pessoas mais humanas que conheço não vão à igreja e nem professam algum credo, mas fazem de suas vidas uma constante oração olhando o mundo com compaixão e solidariedade, maximas que Cristo nos ensinou.
ResponderExcluirAgradeço a oportunidade de responder à sua dúvida e volte sempre.
Abraços e muita paz.
Danúbia Rocha