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Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância.

Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio d...

Bullying: De vítima a agressor...

Começo minha postagem de hoje com uma frase de nosso querido mestre, educador e humanizador:
 *Içami Tiba*




"É muito mais difícil ser pai hoje do que antigamente, quando o pai chegava, batia no filho e pronto. No entanto, os pais não educavam os filhos melhor que hoje. Isso que estamos passando atualmente é resultado da má educação que eles nos deram e nós sobrevivemos às nossas custas, porque eles só foram chefes, só repetiram sistemas tradicionais. Fizeram o que os pais deles fizeram e os pais dos pais deles fizeram. Vinham em uma linha da chefia do "eu olho e você obedece". Essa geração de pais de hoje, os pais sufocados, é uma geração louvável de pais, pois eles apanharam na infância, se formaram por conta própria e, lógico, não foram perfeitos. Então, acabam "apanhando" hoje dos filhos. E é por isso que os chamo de pais sufocados..." (Frases e Pensamentos de Içami Tiba)
http://www.frases.mensagens.nom.br/frases-autor-i-icamitiba.html




O vídeo abaixo postado no youtube nos mostra claramente como a nossa sociedade é violenta.Consumimos isso 24 horas por dia.A maioria das pessoas colocaram esta criança que inicialmente foi "vítima" de bullying e em um impulso agride o até então"agressor", como heroi. A TV mundial e a internete, fazem um sensacionalismo com tudo, como não seria diferente, é um sucesso o vídeo postado na web sobre o garoto Casey Heines (Zangief kid) que revidou a um bullying.Não sou defensora do bullying, muito pelo contrário fui vítima dele em toda a infância e adolescência, mas como educadora e mãe, posso afirmar que a violência não é o caminho para acabar com o bullying presente em todos os lugares, inclusive em nossas casas.
Podem acreditar! Conheço pais que praticam o bullying com seus próprios filhos ridicularizando-os diante da família.
O bullying faz parte do contexto social contemporâneo.A violência está a cada dia mais próxima de nós, e isso se tornou um fato natural; agredir e revidar.
Me parece que a humanidade evoluiu muito em matéria de tecnologia, mas avançamos muito pouco no que diz respeito ao universo humano e seus mistérios.
O homem conhece mais as constelações e os planetas do que a sí próprio; e olha que para viajar ao interior deste "universo humano", não é preciso muito: o veículo condutor chama se auto-conhecimento.As antigas civilizações que prosperaram no passado já sabiam da importância desta prática.
A prática do auto-conhecimento é fundamental na vida de todos nós...“Conhecer os outros é inteligente, conhecer-se a si mesmo é a verdadeira sabedoria. Dominar os outros é força, dominar-se a si mesmo é o verdadeiro poder”. Oscar Wilde.
Assim seremos melhores pais e melhores seres humanos, fazendo jus ao verdadeiro significado do termo :Ser humano!

O que mais quero é alertar a todos vocês.Cuidado com o que a mídia nos "mostra".Vamos analisar e tirar nossas próprias conclusões.Não devemos copiar e passar adiante tantas insanidades que vemos por aí.
Devemos modificar o ser humano, educá-lo para a vida, para se relacionar com o outro.Deveríamos ter nas escolas a matéria "Aprendendo a se relacionar com o outro", mostrar para a criança a importância do outro em nossas vidas e as consequências destas relações.
Hoje ocorreu comigo algo curioso:
Meu filho de 7 anos se aproximou de  mim chorando.Veio me contar que havia chamado um determinado  colega de "bicha"e que este colega ficou triste e muito irritado.Perguntei a ele se sabia o que significava esta palavra e ele não sabia.Expliquei a ele o que significava, falei do preconceito que este termo carrega, que não devemos fazer isso e etc.Mas ele me disse que não concordava com isso, foi obrigado a agir assim, pois caso ele não o fizesse, os meninos maiores bateriam nele.Vejam como esta prática cruel tem consequências imenssuráveis.

Um grupo de crianças praticando o bullying e dentre estes agressores existem crianças vítimas deste mesmo processo de tortura, como um bumerang o bullying vai e volta.
percebi então que meu filho além de agressor, era tão vítima quanto o garoto agredido.
É quase um efeito dominó; cai a primeira peça depois as outras simultaneamente e ficamos embasbacados assistindo a tudo sem reagir.Que sociedade estes pobres meninos vão construir?
Se continuar assim, as ruas serão como campos de extermínio, no lugar de casas teremos sanatórios, cemitérios e abatedouros humanos.O conceito de humanidade precisa ser revisto.


Não é apenas uma questão cultural ou política.É uma questão de honrra. É preciso honrrar a nossa condição humana respeitando o nosso próximo, criticando menos o vizinho, sorrindo mais para o trocador de ônibus, brincando com os filhos, conversando e ouvindo os nossos idosos, vendo menos televisão e se o fizer procure por uma programação de qualidade ou filmes que tragam alguma mensagem enriquecedora para você.Respeitar a natureza.São pequenas coisas que no fim farão a grande diferença.

Nadar pelado no rio ou no mar...


fazer um piquenique...


andar descalço na terra...

catar conchinhas na praia...

subir em uma montanha

brincar na chuva...


 rir de si mesmo sempre...
e...




...e


...e
???????????????
...você pode completar este texto como quiser.
 Faça de sua vida uma fonte inesgotável de paz e sabedoria.
Viva com simplicidade ...
 Este é o verdadeiro sentido da palavra humanidade.

Texto de DANUBIA ROCHA

Se você quiser copiar este texto favor colocar o link abaixo da postagem, não viole os direitos autorais é crime.



A versão de Richard Gale o agressor agredido:


Bullying: De vítima a agressor...

Começo minha postagem de hoje com uma frase de nosso querido mestre, educador e humanizador:
 *Içami Tiba*




"É muito mais difícil ser pai hoje do que antigamente, quando o pai chegava, batia no filho e pronto. No entanto, os pais não educavam os filhos melhor que hoje. Isso que estamos passando atualmente é resultado da má educação que eles nos deram e nós sobrevivemos às nossas custas, porque eles só foram chefes, só repetiram sistemas tradicionais. Fizeram o que os pais deles fizeram e os pais dos pais deles fizeram. Vinham em uma linha da chefia do "eu olho e você obedece". Essa geração de pais de hoje, os pais sufocados, é uma geração louvável de pais, pois eles apanharam na infância, se formaram por conta própria e, lógico, não foram perfeitos. Então, acabam "apanhando" hoje dos filhos. E é por isso que os chamo de pais sufocados..." (Frases e Pensamentos de Içami Tiba)
http://www.frases.mensagens.nom.br/frases-autor-i-icamitiba.html




O vídeo abaixo postado no youtube nos mostra claramente como a nossa sociedade é violenta.Consumimos isso 24 horas por dia.A maioria das pessoas colocaram esta criança que inicialmente foi "vítima" de bullying e em um impulso agride o até então"agressor", como heroi. A TV mundial e a internete, fazem um sensacionalismo com tudo, como não seria diferente, é um sucesso o vídeo postado na web sobre o garoto Casey Heines (Zangief kid) que revidou a um bullying.Não sou defensora do bullying, muito pelo contrário fui vítima dele em toda a infância e adolescência, mas como educadora e mãe, posso afirmar que a violência não é o caminho para acabar com o bullying presente em todos os lugares, inclusive em nossas casas.
Podem acreditar! Conheço pais que praticam o bullying com seus próprios filhos ridicularizando-os diante da família.
O bullying faz parte do contexto social contemporâneo.A violência está a cada dia mais próxima de nós, e isso se tornou um fato natural; agredir e revidar.
Me parece que a humanidade evoluiu muito em matéria de tecnologia, mas avançamos muito pouco no que diz respeito ao universo humano e seus mistérios.
O homem conhece mais as constelações e os planetas do que a sí próprio; e olha que para viajar ao interior deste "universo humano", não é preciso muito: o veículo condutor chama se auto-conhecimento.As antigas civilizações que prosperaram no passado já sabiam da importância desta prática.
A prática do auto-conhecimento é fundamental na vida de todos nós...“Conhecer os outros é inteligente, conhecer-se a si mesmo é a verdadeira sabedoria. Dominar os outros é força, dominar-se a si mesmo é o verdadeiro poder”. Oscar Wilde.
Assim seremos melhores pais e melhores seres humanos, fazendo jus ao verdadeiro significado do termo :Ser humano!

O que mais quero é alertar a todos vocês.Cuidado com o que a mídia nos "mostra".Vamos analisar e tirar nossas próprias conclusões.Não devemos copiar e passar adiante tantas insanidades que vemos por aí.
Devemos modificar o ser humano, educá-lo para a vida, para se relacionar com o outro.Deveríamos ter nas escolas a matéria "Aprendendo a se relacionar com o outro", mostrar para a criança a importância do outro em nossas vidas e as consequências destas relações.
Hoje ocorreu comigo algo curioso:
Meu filho de 7 anos se aproximou de  mim chorando.Veio me contar que havia chamado um determinado  colega de "bicha"e que este colega ficou triste e muito irritado.Perguntei a ele se sabia o que significava esta palavra e ele não sabia.Expliquei a ele o que significava, falei do preconceito que este termo carrega, que não devemos fazer isso e etc.Mas ele me disse que não concordava com isso, foi obrigado a agir assim, pois caso ele não o fizesse, os meninos maiores bateriam nele.Vejam como esta prática cruel tem consequências imenssuráveis.

Um grupo de crianças praticando o bullying e dentre estes agressores existem crianças vítimas deste mesmo processo de tortura, como um bumerang o bullying vai e volta.
percebi então que meu filho além de agressor, era tão vítima quanto o garoto agredido.
É quase um efeito dominó; cai a primeira peça depois as outras simultaneamente e ficamos embasbacados assistindo a tudo sem reagir.Que sociedade estes pobres meninos vão construir?
Se continuar assim, as ruas serão como campos de extermínio, no lugar de casas teremos sanatórios, cemitérios e abatedouros humanos.O conceito de humanidade precisa ser revisto.


Não é apenas uma questão cultural ou política.É uma questão de honrra. É preciso honrrar a nossa condição humana respeitando o nosso próximo, criticando menos o vizinho, sorrindo mais para o trocador de ônibus, brincando com os filhos, conversando e ouvindo os nossos idosos, vendo menos televisão e se o fizer procure por uma programação de qualidade ou filmes que tragam alguma mensagem enriquecedora para você.Respeitar a natureza.São pequenas coisas que no fim farão a grande diferença.

Nadar pelado no rio ou no mar...


fazer um piquenique...


andar descalço na terra...

catar conchinhas na praia...

subir em uma montanha

brincar na chuva...


 rir de si mesmo sempre...
e...




...e


...e
???????????????
...você pode completar este texto como quiser.
 Faça de sua vida uma fonte inesgotável de paz e sabedoria.
Viva com simplicidade ...
 Este é o verdadeiro sentido da palavra humanidade.

Texto de DANUBIA ROCHA

Se você quiser copiar este texto favor colocar o link abaixo da postagem, não viole os direitos autorais é crime.



A versão de Richard Gale o agressor agredido:


Dilema da separação para os filhos:



Viver junto com os pais uma "familia" ... brigas e violência ou pais separados vivendo pacificamente?
A verdade prevalece acima de tudo, se acaba o respeito e o amor próprio não existe mais casamento mas a familia existirá sempre.
Se a sociedade exigisse menos de nós seríamos mais autênticos e não criaríamos os monstros na cabeça das crianças.A sociedade mudou, os valores mudaram, o bem continua sendo bem e o mal continua mal, porém a forma de organização é outra.é primordial que a criança seja amada e respeitada como parte deste todo e não devemos justificar nossos enganos jogando o peso de nossas escolhas em cima delas.Em um futuro próximo esta criança levará um trauma e poderá ter sérios desvios de comportamento e conduta.
Vamos repensar e avaliar se já não é tempo de deixar o verniz vintage,e que ainda,apesar de  craquelado, cobre as nossas familias, preservando as fotografias nos seculares albuns de familia.
Danúbia Rocha

A vida moderna jogou homens e mulheres numa mesma luta, e as constituições de todos os paises cultos dão às mulheres e aos homens, iguais direitos e deveres. Paralelamente às conquistas que as mulheres têm conseguido em nossa sociedade em obter igualdade de direitos e oportunidades, os homens têm conquistado cada vez mais espaços legítimos na família e na educação das crianças.

Surge uma consciência maior por parte do pai da sua função na formação da personalidade dos filhos, meninos ou meninas e a Psicologia tem mostrado as diversas limitações no desenvolvimento e mesmo psicopatologias decorrentes da falta de simetria da presença do pai e da mãe na vida cotidiana dos filhos.

Já não se pensa como até 20 anos atrás que o principal fator constituinte da personalidade é a relação da mãe com a criança, e que a função do pai é apenas de proteger, facilitar e prover condições para esta relação, relação da qual ele se sente excluido, seja por falta de informação ou por conveniência do pai e da mãe.

Desta forma, a situação quase geral de antigamente de as mães irem aos juizes reclamando atenção e presença dos pais, que abandonavam as crianças com a separação, tem sido substituida pela situação contrária: um maior número de homens exigindo mais espaço na vida de seus filhos, sabendo que a sua realização, como pessoa e como homem, passa necessariamente pela sua realização como pai. São pais capazes de distinguir que a separação é apenas da esposa e não dos filhos.

Passou o tempo de a mulher se dedicar só aos filhos e de o homem ser condenado à rua e à privação da família. Os filhos que hoje em dia criamos devem ter seus ideais de identificação com suas mães e com seus pais, cidadãos e profissionais responsáveis, para que quando crescidos possam viver e ter êxito numa sociedade moderna.

O equilíbrio da presença do pai e da mãe, durante o casamento, tão defendido teórica e praticamente pelas mães e pela Psicologia, aceito em todas as culturas modernas, não tem por que não sê-lo também quando os pais se separam, porquanto a estrutura psicológica dos filhos e suas necessidades permanecem as mesmas.

As pretensões de qualquer dos ex-cônjuges de preencherem sozinhos as funções de pai ou de mãe, são indefensáveis psicologicamente, e nascem, quase sempre, do desejo de ressentimento e retaliação, sem levar em conta a vontade e o direito essencial dos filhos de terem estas funções complementária e equalitariamente preenchidas pelos seus naturais genitores.
A Justiça tem tratado a questão dos filhos na separação de casais baseando-se em geral, em preconceitos e teorias ultrapassadas de uma psicologia antiga, não levando em conta as novas descobertas das ciências psicológicas e a Psicanálise e não considerando a evolução da mulher e do homem, nos últimos anos. Advogados e juízes quase sempre tratam a questão unicamente como uma decisão sobre os direitos da mãe e do pai sobre o filho. Esquecem de que estão tratando de um direito certamente ainda mais importante, o direito essencial dos filhos de terem seus pais na medida dos seus desejos e das suas necessidades emocionais e afetivas.

O justo desejo de ambos os ex-cônjuges de terem suas vidas afetivas refeitas, e as exigências de participação de ambos na sociedade e no trabalho, os sobrecarregam demasiadamente e em especial a mulher. A equânime destribuição de direitos e deveres e a partilha equalitária na guarda dos filhos, sempre beneficiam ambos os pais, pois os liberam para iniciarem suas novas relações, novos grupos sociais e tempo para o trabalho.

A guarda exclusiva por parte da mãe a sobrecarrega demasiadamente e não a deixa livre para se desenvolver afetiva, profissional e economicamente e tende a pepetuar a frequente dependência econômica do ex-marido com as decorrentes consequências nos filhos. Pode deteriorar as relações das crianças com a mãe, que passa a vê-los como um pêso que limita os seus movimentos e sua privacidade. Pode também dificultar as relações com o pai que passa a ser visto como um ausente provedor de dinheiro, que teria condições dar sempre mais, mas não o faz.

Trabalhando como psicanalista há mais de 25 anos e tendo atendido dezenas de casais separados, as únicas relações que conheço, em que os ex-casados consequem ter uma relação de respeito e até relativa amizade, são aquelas em que os pais têm iguais condições de participação e presença com os filhos, especialmente aquelas em que ambos contribuem, mesmo que em proporções diferentes, no sustento econômico dos filhos.

Os pais separados, quando bem orientados, podem até aumentar a quantidade e especialmente a qualidade da relação com os filhos, criando oportunidade para programas e intimidade nunca antes imaginadas durante o casamento. O distanciamento físico do pai ou da mãe provocará sempre uma gradativa e inevitável separação afetiva com suas desastrosas consequências.

O pai que mais comumente é vítima deste afastamento físico e do convívio cotidiano, acaba constituindo uma nova família, com os filhos de uma nova esposa e com os filhos gerados com ela, e com eles se realizando.

A preocupação principal de advogados e juízes deve ser a proteção do desenvolvimento emocional e psicológico da criança e isto nunca pode ser feito com as fáceis e simplistas soluções tradicionais de "visitas" quinzenais do pai, que são ainda hoje, paradoxalmente, a forma mais comum de decisão judicial.

A assimetria exagerada de presença psicológica de qualquer um dos genitores traz sempre dificuldades na evolução da afetividade, mormente no que se refere ao sadio e prazeiroso desenvolvimento da sexualidade . Uma criança cuidada quase que exclusivamente pela mãe, tem o risco, em sendo menino, de ter da mãe uma imagem de uma mulher que dá as normas, a regra da casa, a lei, função originalmente paterna, e ter do pai, por outro lado, uma lembrança de "pai de fim de semana", quando não de quinzena, um pai que permite tudo, que não define normas nem estabelece limites, pelo fato de nunca estar com os filhos, a não ser em raros dias especiais.

Tudo isto pode trazer dificuldades na constituição do menino, como homem, seja pela deformação de sua visão do papel da mulher decorrente da vivência com a mãe excessivamente presente e normativa , seja pela pouca condição de identificação masculina com o pai, ausente e não normativo.

No caso de ser uma menina, os problemas não seriam menores. De forma naturalmente diferente, a menina pode identificar-se com uma mãe pouco feminina e amorosa, e ligar-se com um pai excessivamente permissivo e idealizado. Ambas as coisas são prejudiciais à constituição da menina como mulher. Estas dificuldades costumam aparecer com maior frequência na adolescência e no momento de encontrar companheiros afetivos reais e possíveis, e não homens impossíveis, sempre ausentes e idealizados, como foi o próprio pai.

Em suma, o convívio íntimo com o pai e com a mãe, de uma maneira complementar e equitativa, é que produz a condição de identificação normal com seu próprio sexo e pode preparar os filhos para uma vida afetiva e sexual feliz no futuro.

Toda criança, menimo ou menina, tem a necessidade e o direito de conhecer seus pais, necessidade reconhecida pela psicologia e pelo senso comum, direito garantido por qualquer constituição, de qualquer povo.

Mas conhecer os pais, não é conviver com uma mãe cansada e sobrecarregada de tarefas domésticas, sem condições de mostrar a seus filhos o seu lado feliz de mulher, sua maneira esperançosa de ver o mundo e os homens. Os filhos têm o sonho de conhecer sua mãe como pessoa, como profissional e mulher realizada afetivamente, e dela se orgulhar.

Toda criança, menino ou menina, tem o direito e a necessidade de conhecer o seu pai, não um pai condenado a um convívio limitado a visitas como se ele fosse alguém a ser evitado, acusado de crime chamado separação. Neste suposto crime, pai e mãe são sempre co-autores e co-responsáveis. Conhecer o pai é partilhar com ele de seu cotidiano, onde os filhos possam ver e sentir sua visão de mundo, sua profissão, seu dia-a-dia, sua maneira de ver o amor e a vida.

Na minha experiência, assisti a muitos pais que, ausentes da família quando casados, não poderiam imaginar que o cuidado doméstico e cotidiano que vieram a ter com os filhos, os tornassem exímios donos de casa, bons cozinheiros, mais femininos, mais ternos e mais masculinos.

Sempre existe (se não existisse, os pais não teriam se separado) uma grande diferença entre os dois ex-casados na maneira de ver o mundo, a educação das crianças e a vida afetiva. Utilizam-se alguns destas diferenças, para propor uma assimetria de convivio em detrimento de um dos pais. Não há razão do ponto de vista psicológico ou mesmo jurídico, para que qualquer um dos genitores, sobrepondo-se ao outro, tenha o direito sobre a vida interior dos filhos, sua visão de mundo e sua educação.

Ao contrário, excluidos os devidos casos de evidente doença mental ou distúrbios sociais graves de um dos genitores, os filhos têm o direito e a necessidade de conhecer o modo de ser e de viver de cada um de seus pais, mesmo quando diferentes. A diferença na maneira de educar e viver não é exclusiva de pais separados. Mesmo os pais quando casados diferem na maneira de educar e nem porisso a lei ordena o afastamento de um deles. Uma diferença de educar e viver do pai e da mãe, pode resultar numa maior gama de modelos e maior liberdade de escolha de estilos de vida e portanto em maior riqueza interior.

Filhos de pais separados idealmente deveriam ter duas casas separadas, igualmente constituidas, com o mesmo tempo de permanência em cada uma, em períodos alternados, por quinzena, por mês ou por ano, conforme a conveniência dos pais e a idade das crianças. Eles devem ter o pai e a mãe igualmente presentes e responsáveis, com iguais deveres e direitos.

Assim os filhos de pais separados, que são a maioria em nossos dias, e não são necessariamente os mais emocionalmente conflitados, podem ter condições de serem, um dia, também pais e mães presentes e responsáveis, conscientes de seus deveres frente ao estado e à família, com os mesmos direitos e deveres de serem felizes, que o seu pai e sua mãe se deram.

*José Inacio Parente é psicanalista atendendo em seu consultório particular há 25 anos, à rua Major Rubens Vaz, 298, tel 2394689, Gávea, no Rio de Janeiro.

Foi Vice-Presidente da Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latinoamericanos -SEPLA e Vice-Presidente da Associação de Psiquiatria e Psicologia da Infância e Adolescência - APPIA

Ex-professor de Pós-Graduação da Faculdade de Psicologia da PUC/Rio.
Fonte: http://www.pai.com.br/sala/site/ssepara.htm

Dilema da separação para os filhos:



Viver junto com os pais uma "familia" ... brigas e violência ou pais separados vivendo pacificamente?
A verdade prevalece acima de tudo, se acaba o respeito e o amor próprio não existe mais casamento mas a familia existirá sempre.
Se a sociedade exigisse menos de nós seríamos mais autênticos e não criaríamos os monstros na cabeça das crianças.A sociedade mudou, os valores mudaram, o bem continua sendo bem e o mal continua mal, porém a forma de organização é outra.é primordial que a criança seja amada e respeitada como parte deste todo e não devemos justificar nossos enganos jogando o peso de nossas escolhas em cima delas.Em um futuro próximo esta criança levará um trauma e poderá ter sérios desvios de comportamento e conduta.
Vamos repensar e avaliar se já não é tempo de deixar o verniz vintage,e que ainda,apesar de  craquelado, cobre as nossas familias, preservando as fotografias nos seculares albuns de familia.
Danúbia Rocha

A vida moderna jogou homens e mulheres numa mesma luta, e as constituições de todos os paises cultos dão às mulheres e aos homens, iguais direitos e deveres. Paralelamente às conquistas que as mulheres têm conseguido em nossa sociedade em obter igualdade de direitos e oportunidades, os homens têm conquistado cada vez mais espaços legítimos na família e na educação das crianças.

Surge uma consciência maior por parte do pai da sua função na formação da personalidade dos filhos, meninos ou meninas e a Psicologia tem mostrado as diversas limitações no desenvolvimento e mesmo psicopatologias decorrentes da falta de simetria da presença do pai e da mãe na vida cotidiana dos filhos.

Já não se pensa como até 20 anos atrás que o principal fator constituinte da personalidade é a relação da mãe com a criança, e que a função do pai é apenas de proteger, facilitar e prover condições para esta relação, relação da qual ele se sente excluido, seja por falta de informação ou por conveniência do pai e da mãe.

Desta forma, a situação quase geral de antigamente de as mães irem aos juizes reclamando atenção e presença dos pais, que abandonavam as crianças com a separação, tem sido substituida pela situação contrária: um maior número de homens exigindo mais espaço na vida de seus filhos, sabendo que a sua realização, como pessoa e como homem, passa necessariamente pela sua realização como pai. São pais capazes de distinguir que a separação é apenas da esposa e não dos filhos.

Passou o tempo de a mulher se dedicar só aos filhos e de o homem ser condenado à rua e à privação da família. Os filhos que hoje em dia criamos devem ter seus ideais de identificação com suas mães e com seus pais, cidadãos e profissionais responsáveis, para que quando crescidos possam viver e ter êxito numa sociedade moderna.

O equilíbrio da presença do pai e da mãe, durante o casamento, tão defendido teórica e praticamente pelas mães e pela Psicologia, aceito em todas as culturas modernas, não tem por que não sê-lo também quando os pais se separam, porquanto a estrutura psicológica dos filhos e suas necessidades permanecem as mesmas.

As pretensões de qualquer dos ex-cônjuges de preencherem sozinhos as funções de pai ou de mãe, são indefensáveis psicologicamente, e nascem, quase sempre, do desejo de ressentimento e retaliação, sem levar em conta a vontade e o direito essencial dos filhos de terem estas funções complementária e equalitariamente preenchidas pelos seus naturais genitores.
A Justiça tem tratado a questão dos filhos na separação de casais baseando-se em geral, em preconceitos e teorias ultrapassadas de uma psicologia antiga, não levando em conta as novas descobertas das ciências psicológicas e a Psicanálise e não considerando a evolução da mulher e do homem, nos últimos anos. Advogados e juízes quase sempre tratam a questão unicamente como uma decisão sobre os direitos da mãe e do pai sobre o filho. Esquecem de que estão tratando de um direito certamente ainda mais importante, o direito essencial dos filhos de terem seus pais na medida dos seus desejos e das suas necessidades emocionais e afetivas.

O justo desejo de ambos os ex-cônjuges de terem suas vidas afetivas refeitas, e as exigências de participação de ambos na sociedade e no trabalho, os sobrecarregam demasiadamente e em especial a mulher. A equânime destribuição de direitos e deveres e a partilha equalitária na guarda dos filhos, sempre beneficiam ambos os pais, pois os liberam para iniciarem suas novas relações, novos grupos sociais e tempo para o trabalho.

A guarda exclusiva por parte da mãe a sobrecarrega demasiadamente e não a deixa livre para se desenvolver afetiva, profissional e economicamente e tende a pepetuar a frequente dependência econômica do ex-marido com as decorrentes consequências nos filhos. Pode deteriorar as relações das crianças com a mãe, que passa a vê-los como um pêso que limita os seus movimentos e sua privacidade. Pode também dificultar as relações com o pai que passa a ser visto como um ausente provedor de dinheiro, que teria condições dar sempre mais, mas não o faz.

Trabalhando como psicanalista há mais de 25 anos e tendo atendido dezenas de casais separados, as únicas relações que conheço, em que os ex-casados consequem ter uma relação de respeito e até relativa amizade, são aquelas em que os pais têm iguais condições de participação e presença com os filhos, especialmente aquelas em que ambos contribuem, mesmo que em proporções diferentes, no sustento econômico dos filhos.

Os pais separados, quando bem orientados, podem até aumentar a quantidade e especialmente a qualidade da relação com os filhos, criando oportunidade para programas e intimidade nunca antes imaginadas durante o casamento. O distanciamento físico do pai ou da mãe provocará sempre uma gradativa e inevitável separação afetiva com suas desastrosas consequências.

O pai que mais comumente é vítima deste afastamento físico e do convívio cotidiano, acaba constituindo uma nova família, com os filhos de uma nova esposa e com os filhos gerados com ela, e com eles se realizando.

A preocupação principal de advogados e juízes deve ser a proteção do desenvolvimento emocional e psicológico da criança e isto nunca pode ser feito com as fáceis e simplistas soluções tradicionais de "visitas" quinzenais do pai, que são ainda hoje, paradoxalmente, a forma mais comum de decisão judicial.

A assimetria exagerada de presença psicológica de qualquer um dos genitores traz sempre dificuldades na evolução da afetividade, mormente no que se refere ao sadio e prazeiroso desenvolvimento da sexualidade . Uma criança cuidada quase que exclusivamente pela mãe, tem o risco, em sendo menino, de ter da mãe uma imagem de uma mulher que dá as normas, a regra da casa, a lei, função originalmente paterna, e ter do pai, por outro lado, uma lembrança de "pai de fim de semana", quando não de quinzena, um pai que permite tudo, que não define normas nem estabelece limites, pelo fato de nunca estar com os filhos, a não ser em raros dias especiais.

Tudo isto pode trazer dificuldades na constituição do menino, como homem, seja pela deformação de sua visão do papel da mulher decorrente da vivência com a mãe excessivamente presente e normativa , seja pela pouca condição de identificação masculina com o pai, ausente e não normativo.

No caso de ser uma menina, os problemas não seriam menores. De forma naturalmente diferente, a menina pode identificar-se com uma mãe pouco feminina e amorosa, e ligar-se com um pai excessivamente permissivo e idealizado. Ambas as coisas são prejudiciais à constituição da menina como mulher. Estas dificuldades costumam aparecer com maior frequência na adolescência e no momento de encontrar companheiros afetivos reais e possíveis, e não homens impossíveis, sempre ausentes e idealizados, como foi o próprio pai.

Em suma, o convívio íntimo com o pai e com a mãe, de uma maneira complementar e equitativa, é que produz a condição de identificação normal com seu próprio sexo e pode preparar os filhos para uma vida afetiva e sexual feliz no futuro.

Toda criança, menimo ou menina, tem a necessidade e o direito de conhecer seus pais, necessidade reconhecida pela psicologia e pelo senso comum, direito garantido por qualquer constituição, de qualquer povo.

Mas conhecer os pais, não é conviver com uma mãe cansada e sobrecarregada de tarefas domésticas, sem condições de mostrar a seus filhos o seu lado feliz de mulher, sua maneira esperançosa de ver o mundo e os homens. Os filhos têm o sonho de conhecer sua mãe como pessoa, como profissional e mulher realizada afetivamente, e dela se orgulhar.

Toda criança, menino ou menina, tem o direito e a necessidade de conhecer o seu pai, não um pai condenado a um convívio limitado a visitas como se ele fosse alguém a ser evitado, acusado de crime chamado separação. Neste suposto crime, pai e mãe são sempre co-autores e co-responsáveis. Conhecer o pai é partilhar com ele de seu cotidiano, onde os filhos possam ver e sentir sua visão de mundo, sua profissão, seu dia-a-dia, sua maneira de ver o amor e a vida.

Na minha experiência, assisti a muitos pais que, ausentes da família quando casados, não poderiam imaginar que o cuidado doméstico e cotidiano que vieram a ter com os filhos, os tornassem exímios donos de casa, bons cozinheiros, mais femininos, mais ternos e mais masculinos.

Sempre existe (se não existisse, os pais não teriam se separado) uma grande diferença entre os dois ex-casados na maneira de ver o mundo, a educação das crianças e a vida afetiva. Utilizam-se alguns destas diferenças, para propor uma assimetria de convivio em detrimento de um dos pais. Não há razão do ponto de vista psicológico ou mesmo jurídico, para que qualquer um dos genitores, sobrepondo-se ao outro, tenha o direito sobre a vida interior dos filhos, sua visão de mundo e sua educação.

Ao contrário, excluidos os devidos casos de evidente doença mental ou distúrbios sociais graves de um dos genitores, os filhos têm o direito e a necessidade de conhecer o modo de ser e de viver de cada um de seus pais, mesmo quando diferentes. A diferença na maneira de educar e viver não é exclusiva de pais separados. Mesmo os pais quando casados diferem na maneira de educar e nem porisso a lei ordena o afastamento de um deles. Uma diferença de educar e viver do pai e da mãe, pode resultar numa maior gama de modelos e maior liberdade de escolha de estilos de vida e portanto em maior riqueza interior.

Filhos de pais separados idealmente deveriam ter duas casas separadas, igualmente constituidas, com o mesmo tempo de permanência em cada uma, em períodos alternados, por quinzena, por mês ou por ano, conforme a conveniência dos pais e a idade das crianças. Eles devem ter o pai e a mãe igualmente presentes e responsáveis, com iguais deveres e direitos.

Assim os filhos de pais separados, que são a maioria em nossos dias, e não são necessariamente os mais emocionalmente conflitados, podem ter condições de serem, um dia, também pais e mães presentes e responsáveis, conscientes de seus deveres frente ao estado e à família, com os mesmos direitos e deveres de serem felizes, que o seu pai e sua mãe se deram.

*José Inacio Parente é psicanalista atendendo em seu consultório particular há 25 anos, à rua Major Rubens Vaz, 298, tel 2394689, Gávea, no Rio de Janeiro.

Foi Vice-Presidente da Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latinoamericanos -SEPLA e Vice-Presidente da Associação de Psiquiatria e Psicologia da Infância e Adolescência - APPIA

Ex-professor de Pós-Graduação da Faculdade de Psicologia da PUC/Rio.
Fonte: http://www.pai.com.br/sala/site/ssepara.htm

10 coisas que criança com autismo gostaria que você soubesse:




1) ANTES DE TUDO EU SOU UMA CRIANÇA. EU TENHO AUTISMO. EU NÃO SOU SOMENTE "AUTISTA". O MEU AUTISMO É SÓ UM ASPECTO DO MEU CARÁTER. NÃO ME DEFINE COMO PESSOA. VOCÊ É UMA PESSOA COM PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E TALENTOS. OU VOCÊ É SOMENTE GORDO, MAGRO, ALTO, BAIXO, MÍOPE. TALVEZ ESTAS SEJAM ALGUMAS COISAS QUE EU PERCEBA QUANDO CONHECER VOCÊ, MAS ISSO NÃO É NECESSARIAMENTE O QUE VOCÊ É. SENDO UM ADULTO, VOCÊ TEM ALGUM CONTROLE DE COMO SE AUTO-DEFINE. SE QUER EXCLUIR UMA CARACTERÍSTICA, PODE SE EXPRESSAR DE MANEIRA DIFERENTE. SENDO CRIANÇA EU AINDA ESTOU DESCOBRINDO. NEM VOCÊ OU EU PODEMOS SABER DO QUE EU SOU CAPAZ. DEFINIR-ME SOMENTE POR UMA CARACTERÍSTICA, ACABA-SE CORRENDO O RISCO DE MANTER EXPECTATIVAS QUE SERÃO PEQUENAS PARA MIM. E SE EU SINTO QUE VOCÊ ACHA QUE NÃO POSSO FAZER ALGO, A MINHA RESPOSTA NATURALMENTE SERÁ: PARA QUE TENTAR?






  
2)A MINHA PERCEPÇÃO SENSORIAL É DESORDENADA. INTERAÇÃO SENSORIAL PODE SER O ASPECTO MAIS DIFÍCIL PARA SE COMPREENDER O AUTISMO. QUER DIZER QUE SENTIDOS ORDINÁRIOS COMO AUDIÇÃO, OLFATO, PALADAR, TOQUE, SENSAÇÕES QUE PASSAM DESAPERCEBIDAS NO SEU DIA A DIA PODEM SER DOLORIDAS PARA MIM. O AMBIENTE EM QUE EU VIVO PODE SER HOSTIL PARA MIM. EU POSSO PARECER DISTRAÍDO OU EM OUTRO PLANETA, MAS EU SÓ ESTOU TENTANDO ME DEFENDER. VOU EXPLICAR O PORQUÊ UMA SIMPLES IDA AO MERCADO PODE SER UM INFERNO PARA MIM: A MINHA AUDIÇÃO PODE SER MUITO SENSÍVEL. MUITAS PESSOAS PODEM ESTAR FALANDO AO MESMO TEMPO, MÚSICA, ANÚNCIOS, BARULHO DA CAIXA REGISTRADORA, CELULARES TOCANDO, CRIANÇAS CHORANDO, PESSOAS TOSSINDO, LUZES FLUORESCENTES. O MEU CÉREBRO NÃO PODE ASSIMILAR TODAS ESTAS INFORMAÇÕES, PROVOCANDO EM MIM UMA PERDA DE CONTROLE. O MEU OLFATO PODE SER MUITO SENSÍVEL. O PEIXE QUE ESTÁ À VENDA NA PEIXARIA NÃO ESTÁ FRESCO. A PESSOA QUE ESTÁ PERTO PODE NÃO TER TOMADO BANHO HOJE. O BEBÊ AO LADO PODE ESTAR COM UMA FRALDA SUJA. O CHÃO PODE TER SIDO LIMPO COM AMÔNIA. EU NÃO CONSIGO SEPARAR OS CHEIROS E COMEÇO A PASSAR MAL. PORQUE O MEU SENTIDO PRINCIPAL É O VISUAL. ENTÃO, A VISÃO PODE SER O PRIMEIRO SENTIDO A SER SUPER-ESTIMULADO. A LUZ FLUORESCENTE NÃO É SOMENTE MUITO BRILHANTE, ELA PISCA E PODE FAZER UM BARULHO. O QUARTO PARECE PULSAR E ISSO MACHUCA OS MEUS OLHOS. ESTA PULSAÇÃO DA LUZ COBRE TUDO E DISTORCE O QUE ESTOU VENDO. O ESPAÇO PARECE ESTAR SEMPRE MUDANDO. EU VEJO UM BRILHO NA JANELA, SÃO MUITAS COISAS PARA QUE EU CONSIGA ME CONCENTRAR. O VENTILADOR, AS PESSOAS ANDANDO DE UM LADO PARA O OUTRO... TUDO ISSO AFETA OS MEUS SENTIDOS E AGORA EU NÃO SEI ONDE O MEU CORPO ESTÁ NESTE ESPAÇO.




   

  
3) POR FAVOR, LEMBRE DE DISTINGUIR ENTRE NÃO PODER (EU NÃO QUERO FAZER) E EU NÃO POSSO (EU NÃO CONSIGO FAZER) RECEBER E EXPRESSAR A LINGUAGEM E VOCABULÁRIO PODE SER MUITO DIFÍCIL PARA MIM. NÃO É QUE EU NÃO ESCUTE AS FRASES. É QUE EU NÃO TE COMPREENDO. QUANDO VOCÊ ME CHAMA DO OUTRO LADO DO QUARTO, ISTO É O QUE EU ESCUTO "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT JOÃO". AO INVÉS DISSO, VENHA FALAR COMIGO DIRETAMENTE COM UM VOCABULÁRIO SIMPLES: "JOÃO, POR FAVOR, COLOQUE O SEU LIVRO NA ESTANTE. ESTÁ NA HORA DE ALMOÇAR". ISSO ME DIZ O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA E O QUE VAI ACONTECER DEPOIS. ASSIM É MAIS FÁCIL PARA COMPREENDER.
  


   

4) EU SOU UM "PENSADOR CONCRETO" (CONCRETE THINKER). O MEU PENSAMENTO É CONCRETO, NÃO CONSIGO FAZER ABSTRAÇÕES.EU INTERPRETO MUITO POUCO O SENTIDO OCULTO DAS PALAVRAS. É MUITO CONFUSO PARA MIM QUANDO VOCÊ DIZ "NÃO ENCHE O SACO", QUANDO O QUE VOCÊ QUER DIZER É "NÃO ME ABORREÇA". NÃO DIGA QUE "ISSO É MOLEZA, É MAMÃO COM AÇÚCAR" QUANDO NÃO HÁ NENHUM A MAMÃO COM AÇÚCAR POR PERTO E O QUE VOCÊ QUER DIZER É QUE ISSO E ALGO FÁCIL DE FAZER. GÍRIAS, PIADAS, DUPLAS INTENÇÕES, PARÁFRASES, INDIRETAS, SARCASMO EU NÃO COMPREENDO.



5)POR FAVOR, TENHA PACIÊNCIA COM O MEU VOCABULÁRIO LIMITADO. DIZER O QUE EU PRECISO É MUITO DIFÍCIL PARA MIM, QUANDO NÃO SEI AS PALAVRAS PARA DESCREVER O QUE SINTO. POSSO ESTAR COM FOME, FRUSTRADO, COM MEDO E CONFUSO, MAS AGORA ESTAS PALAVRAS ESTÃO ALÉM DA MINHA CAPACIDADE, DO QUE EU POSSA EXPRESSAR. POR ISSO, PRESTE ATENÇÃO NA LINGUAGEM DO MEU CORPO (RETRAÇÃO, AGITAÇÃO OU OUTROS SINAIS DE QUE ALGO ESTÁ ERRADO).POR UM OUTRO LADO, POSSO PARECER COMO UM PEQUENO PROFESSOR OU UM ARTISTA DE CINEMA DIZENDO PALAVRAS ACIMA DA MINHA CAPACIDADE NA MINHA IDADE. NA VERDADE, SÃO PALAVRAS QUE EU MEMORIZEI DO MUNDO AO MEU REDOR PARA COMPENSAR A MINHA DEFICIÊNCIA NA LINGUAGEM. POR QUE EU SEI EXATAMENTE O QUE É ESPERADO DE MIM COMO RESPOSTA QUANDO ALGUÉM FALA COMIGO. AS PALAVRAS DIFÍCEIS QUE DE VEZ EM QUANDO FALO PODEM VIR DE LIVROS, TV, OU ATÉ MESMO SEREM PALAVRAS DE OUTRAS PESSOAS. ISTO É CHAMADO DE ECOLALIA. NÃO PRECISO COMPREENDER O CONTEXTO DAS PALAVRAS QUE ESTOU USANDO. EU SÓ SEI QUE DEVO DIZER ALGUMA COISA.
 



  

6)EU SOU MUITO ORIENTADO VISUALMENTE PORQUE A LINGUAGEM É MUITO DIFÍCIL PARA MIM.POR FAVOR, ME MOSTRE COMO FAZER ALGUMA COISA AO INVÉS DE SIMPLESMENTE ME DIZER. E, POR FAVOR, ESTEJA PREPARADO PARA ME MOSTRAR MUITAS VEZES. REPETIÇÕES CONSISTENTES ME AJUDAM A APRENDER. UM ESQUEMA VISUAL ME AJUDA DURANTE O DIA-A-DIA. ALIVIA-ME DO STRESS DE TER QUE LEMBRAR O QUE VAI ACONTECER. AJUDA-ME A TER UMA TRANSIÇÃO MAIS FÁCIL ENTRE UMA ATIVIDADE E OUTRA. AJUDA-ME A CONTROLAR O TEMPO, AS MINHAS ATIVIDADES E ALCANÇAR AS SUAS EXPECTATIVAS. EU NÃO VOU PERDER A NECESSIDADE DE TER UM ESQUEMA VISUAL POR ESTAR CRESCENDO. MAS O MEU NÍVEL DE REPRESENTAÇÃO PODE MUDAR. ANTES QUE EU POSSA LER, PRECISO DE UM ESQUEMA VISUAL COM FOTOGRAFIAS OU DESENHOS SIMPLES. COM O MEU CRESCIMENTO, UMA COMBINAÇÃO DE PALAVRAS E FOTOS PODE AJUDAR MAIS TARDE A CONHECER AS PALAVRAS.



7)POR FAVOR, PRESTE ATENÇÃO E DIGA O QUE EU POSSO FAZER AO INVÉS DE SÓ DIZER O QUE EU NÃO POSSO FAZER. COMO QUALQUER OUTRO SER HUMANO NÃO POSSO APRENDER EM UM AMBIENTE ONDE SEMPRE ME SINTA INÚTIL, QUE HÁ ALGO ERRADO COMIGO E QUE PRECISO DE "CONSERTO". PARA QUE TENTAR FAZER ALGUMA COISA NOVA QUANDO SEI QUE VOU SER CRITICADO? CONSTRUTIVAMENTE OU NÃO É UMA COISA QUE VOU EVITAR. PROCURE O MEU POTENCIAL E VOCÊ VAI ENCONTRAR MUITOS! TEREI MAIS QUE UMA MANEIRA PARA FAZER AS COISAS.



8)POR FAVOR, ME AJUDE COM INTERAÇÕES SOCIAIS. PARECER QUE NÃO QUERO BRINCAR COM AS OUTRAS CRIANÇAS NO PARQUE, MAS ALGUMAS VEZES SIMPLESMENTE NÃO SEI COMO COMEÇAR UMA CONVERSA OU ENTRAR NA BRINCADEIRA. SE VOCÊ PODE ENCORAJAR OUTRAS CRIANÇAS A ME CONVIDAREM A JOGAR FUTEBOL OU BRINCAR COM CARRINHOS, TALVEZ EU FIQUE MUITO FELIZ POR SER INCLUÍDO. EU SOU MELHOR EM BRINCADEIRAS QUE TENHAM ATIVIDADES COM ESTRUTURA COMEÇO-MEIO-FIM. NÃO SEI COMO "LER" EXPRESSÃO FACIAL, LINGUAGEM CORPORAL OU EMOÇÕES DE OUTRAS PESSOAS. AGRADEÇO SE VOCÊ ME ENSINAR COMO DEVO RESPONDER SOCIALMENTE. EXEMPLO: SE EU RIR QUANDO SANDRA CAIR DO ESCORREGADOR NÃO É QUE EU ACHE ENGRAÇADO. É QUE EU NÃO SEI COMO AGIR SOCIALMENTE. ENSINE-ME A DIZER: "VOCÊ ESTA BEM?".




9)TENTE ENCONTRAR O QUE PROVOCA A MINHA PERDA DE CONTROLE.PERDA DE CONTROLE, "CHILIQUE", BIRRA, MAL-CRIAÇÃO, ESCÂNDALO, COMO VOCÊ QUISER CHAMAR, ELES SÃO MAIS HORRÍVEIS PARA MIM DO QUE PARA VOCÊ. ELES ACONTECEM PORQUE UM OU MAIS DOS MEUS SENTIDOS FOI ESTIMULADO AO EXTREMO. SE VOCÊ CONSEGUIR DESCOBRIR O QUE CAUSA A MINHA PERDA DE CONTROLE, ISSO PODERÁ SER PREVENIDO - OU ATÉ EVITADO. MANTENHA UM DIÁRIO DE HORAS, LUGARES PESSOAS E ATIVIDADES. VOCÊ ENCONTRAR UMA SEQÜÊNCIA PODE PARECER DIFÍCIL NO COMEÇO, MAS, COM CERTEZA, VAI CONSEGUIR. TENTE LEMBRAR QUE TODO COMPORTAMENTO É UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO. ISSO DIRÁ A VOCÊ O QUE AS MINHAS PALAVRAS NÃO PODEM DIZER: COMO EU SINTO O MEU AMBIENTE E O QUE ESTÁ ACONTECENDO DENTRO DELE.



10)SE VOCÊ É UM MEMBRO DA FAMÍLIA ME AME SEM NENHUMA CONDIÇÃO.ELIMINE PENSAMENTOS COMO "SE ELE PELO MENOS PUDESSE…" OU "PORQUE ELE NÃO PODE…" VOCÊ NÃO CONSEGUIU ATENDER A TODAS AS EXPECTATIVAS QUE OS SEUS PAIS TINHAM PARA VOCÊ E VOCÊ NÃO GOSTARIA DE SER SEMPRE LEMBRADO DISSO. EU NÃO ESCOLHI SER AUTISTA. MAS LEMBRE-SE QUE ISTO ESTÁ ACONTECENDO COMIGO E NÃO COM VOCÊ. SEM A SUA AJUDA A MINHA CHANCE DE ALCANÇAR UMA VIDA ADULTA DIGNA SERÁ PEQUENA. COM O SEU SUPORTE E GUIA, A POSSIBILIDADE É MAIOR DO QUE VOCÊ PENSA. EU PROMETO: EU VALHO A PENA. E, FINALMENTE TRÊS PALAVRAS MÁGICAS: PACIÊNCIA, PACIÊNCIA, PACIÊNCIA. AJUDA A VER O MEU AUTISMO COMO UMA HABILIDADE DIFERENTE E NÃO UMA DESABILIDADE. OLHE POR CIMA DO QUE VOCÊ ACHA QUE SEJA UMA LIMITAÇÃO E VEJA O PRESENTE QUE O AUTISMO ME DEU. TALVEZ SEJA VERDADE QUE EU NÃO SEJA BOM NO CONTATO OLHO NO OLHO E CONVERSAS, MAS VOCÊ NOTOU QUE EU NÃO MINTO, ROUBO EM JOGOS, FOFOCO COM AS COLEGAS DE CLASSE OU JULGO OUTRAS PESSOAS? É VERDADE QUE EU NÃO VOU SER UM RONALDINHO "FENÔMENO" DO FUTEBOL. MAS, COM A MINHA CAPACIDADE DE PRESTAR ATENÇÃO E DE CONCENTRAÇÃO NO QUE ME INTERESSA, EU POSSO SER O PRÓXIMO EINSTEIN, MOZART OU VAN GOGH. ELES TAMBÉM TINHAM AUTISMO, UMA POSSÍVEL RESPOSTA PARA ALZAHEIM O ENIGMA DA VIDA EXTRATERRESTRE - O QUE O FUTURO TEM GUARDADO PARA CRIANÇAS AUTISTAS COMO EU, ESTÁ NO PRÓPRIO FUTURO. TUDO QUE EU POSSO SER NÃO VAI ACONTECER SEM VOCÊ SENDO A MINHA BASE. PENSE SOBRE ESTAS "REGRAS" SOCIAIS E SE ELAS NÃO FAZEM SENTIDO PARA MIM, DEIXE DE LADO. SEJA O MEU PROTETOR SEJA O MEU AMIGO E NÓS VAMOS VER ATE ONDE EU POSSO IR. CONTO COM VOCÊ!!!
   

Fonte: Grupo Professores Solidários

Retirado do blog da professora Rirela em 06/03/2011:
http://proportoseguro.blogspot.com/2010/09/dez-coisas-que-toda-crianca-com-autismo.html 
pela minha amiga Simone do blog Pindukinha:

10 coisas que criança com autismo gostaria que você soubesse:




1) ANTES DE TUDO EU SOU UMA CRIANÇA. EU TENHO AUTISMO. EU NÃO SOU SOMENTE "AUTISTA".

 O MEU AUTISMO É SÓ UM ASPECTO DO MEU CARÁTER. NÃO ME DEFINE COMO PESSOA. VOCÊ É UMA PESSOA COM PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E TALENTOS. OU VOCÊ É SOMENTE GORDO, MAGRO, ALTO, BAIXO, MÍOPE. TALVEZ ESTAS SEJAM ALGUMAS COISAS QUE EU PERCEBA QUANDO CONHECER VOCÊ, MAS ISSO NÃO É NECESSARIAMENTE O QUE VOCÊ É. SENDO UM ADULTO, VOCÊ TEM ALGUM CONTROLE DE COMO SE AUTO-DEFINE. SE QUER EXCLUIR UMA CARACTERÍSTICA, PODE SE EXPRESSAR DE MANEIRA DIFERENTE. SENDO CRIANÇA EU AINDA ESTOU DESCOBRINDO. NEM VOCÊ OU EU PODEMOS SABER DO QUE EU SOU CAPAZ. DEFINIR-ME SOMENTE POR UMA CARACTERÍSTICA, ACABA-SE CORRENDO O RISCO DE MANTER EXPECTATIVAS QUE SERÃO PEQUENAS PARA MIM. E SE EU SINTO QUE VOCÊ ACHA QUE NÃO POSSO FAZER ALGO, A MINHA RESPOSTA NATURALMENTE SERÁ: PARA QUE TENTAR?







  
2)A MINHA PERCEPÇÃO SENSORIAL É DESORDENADA.

INTERAÇÃO SENSORIAL PODE SER O ASPECTO MAIS DIFÍCIL PARA SE COMPREENDER O AUTISMO. QUER DIZER QUE SENTIDOS ORDINÁRIOS COMO AUDIÇÃO, OLFATO, PALADAR, TOQUE, SENSAÇÕES QUE PASSAM DESAPERCEBIDAS NO SEU DIA A DIA PODEM SER DOLORIDAS PARA MIM. O AMBIENTE EM QUE EU VIVO PODE SER HOSTIL PARA MIM. EU POSSO PARECER DISTRAÍDO OU EM OUTRO PLANETA, MAS EU SÓ ESTOU TENTANDO ME DEFENDER. VOU EXPLICAR O PORQUÊ UMA SIMPLES IDA AO MERCADO PODE SER UM INFERNO PARA MIM: A MINHA AUDIÇÃO PODE SER MUITO SENSÍVEL. MUITAS PESSOAS PODEM ESTAR FALANDO AO MESMO TEMPO, MÚSICA, ANÚNCIOS, BARULHO DA CAIXA REGISTRADORA, CELULARES TOCANDO, CRIANÇAS CHORANDO, PESSOAS TOSSINDO, LUZES FLUORESCENTES. O MEU CÉREBRO NÃO PODE ASSIMILAR TODAS ESTAS INFORMAÇÕES, PROVOCANDO EM MIM UMA PERDA DE CONTROLE. O MEU OLFATO PODE SER MUITO SENSÍVEL. O PEIXE QUE ESTÁ À VENDA NA PEIXARIA NÃO ESTÁ FRESCO. A PESSOA QUE ESTÁ PERTO PODE NÃO TER TOMADO BANHO HOJE. O BEBÊ AO LADO PODE ESTAR COM UMA FRALDA SUJA. O CHÃO PODE TER SIDO LIMPO COM AMÔNIA. EU NÃO CONSIGO SEPARAR OS CHEIROS E COMEÇO A PASSAR MAL. PORQUE O MEU SENTIDO PRINCIPAL É O VISUAL. ENTÃO, A VISÃO PODE SER O PRIMEIRO SENTIDO A SER SUPER-ESTIMULADO. A LUZ FLUORESCENTE NÃO É SOMENTE MUITO BRILHANTE, ELA PISCA E PODE FAZER UM BARULHO. O QUARTO PARECE PULSAR E ISSO MACHUCA OS MEUS OLHOS. ESTA PULSAÇÃO DA LUZ COBRE TUDO E DISTORCE O QUE ESTOU VENDO. O ESPAÇO PARECE ESTAR SEMPRE MUDANDO. EU VEJO UM BRILHO NA JANELA, SÃO MUITAS COISAS PARA QUE EU CONSIGA ME CONCENTRAR. O VENTILADOR, AS PESSOAS ANDANDO DE UM LADO PARA O OUTRO... TUDO ISSO AFETA OS MEUS SENTIDOS E AGORA EU NÃO SEI ONDE O MEU CORPO ESTÁ NESTE ESPAÇO.




   

  
3) POR FAVOR, LEMBRE DE DISTINGUIR ENTRE NÃO PODER (EU NÃO QUERO FAZER) E EU NÃO POSSO (EU NÃO CONSIGO FAZER)

RECEBER E EXPRESSAR A LINGUAGEM E VOCABULÁRIO PODE SER MUITO DIFÍCIL PARA MIM. NÃO É QUE EU NÃO ESCUTE AS FRASES. É QUE EU NÃO TE COMPREENDO. QUANDO VOCÊ ME CHAMA DO OUTRO LADO DO QUARTO, ISTO É O QUE EU ESCUTO "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT JOÃO". AO INVÉS DISSO, VENHA FALAR COMIGO DIRETAMENTE COM UM VOCABULÁRIO SIMPLES: "JOÃO, POR FAVOR, COLOQUE O SEU LIVRO NA ESTANTE. ESTÁ NA HORA DE ALMOÇAR". ISSO ME DIZ O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA E O QUE VAI ACONTECER DEPOIS. ASSIM É MAIS FÁCIL PARA COMPREENDER.

  OLHANDO PARA O CÉU



   

4) EU SOU UM "PENSADOR CONCRETO" (CONCRETE THINKER).

O MEU PENSAMENTO É CONCRETO, NÃO CONSIGO FAZER ABSTRAÇÕES.EU INTERPRETO MUITO POUCO O SENTIDO OCULTO DAS PALAVRAS. É MUITO CONFUSO PARA MIM QUANDO VOCÊ DIZ "NÃO ENCHE O SACO", QUANDO O QUE VOCÊ QUER DIZER É "NÃO ME ABORREÇA". NÃO DIGA QUE "ISSO É MOLEZA, É MAMÃO COM AÇÚCAR" QUANDO NÃO HÁ NENHUM A MAMÃO COM AÇÚCAR POR PERTO E O QUE VOCÊ QUER DIZER É QUE ISSO E ALGO FÁCIL DE FAZER. GÍRIAS, PIADAS, DUPLAS INTENÇÕES, PARÁFRASES, INDIRETAS, SARCASMO EU NÃO COMPREENDO.



5)POR FAVOR, TENHA PACIÊNCIA COM O MEU VOCABULÁRIO LIMITADO.

 DIZER O QUE EU PRECISO É MUITO DIFÍCIL PARA MIM, QUANDO NÃO SEI AS PALAVRAS PARA DESCREVER O QUE SINTO. POSSO ESTAR COM FOME, FRUSTRADO, COM MEDO E CONFUSO, MAS AGORA ESTAS PALAVRAS ESTÃO ALÉM DA MINHA CAPACIDADE, DO QUE EU POSSA EXPRESSAR. POR ISSO, PRESTE ATENÇÃO NA LINGUAGEM DO MEU CORPO (RETRAÇÃO, AGITAÇÃO OU OUTROS SINAIS DE QUE ALGO ESTÁ ERRADO).POR UM OUTRO LADO, POSSO PARECER COMO UM PEQUENO PROFESSOR OU UM ARTISTA DE CINEMA DIZENDO PALAVRAS ACIMA DA MINHA CAPACIDADE NA MINHA IDADE. NA VERDADE, SÃO PALAVRAS QUE EU MEMORIZEI DO MUNDO AO MEU REDOR PARA COMPENSAR A MINHA DEFICIÊNCIA NA LINGUAGEM. POR QUE EU SEI EXATAMENTE O QUE É ESPERADO DE MIM COMO RESPOSTA QUANDO ALGUÉM FALA COMIGO. AS PALAVRAS DIFÍCEIS QUE DE VEZ EM QUANDO FALO PODEM VIR DE LIVROS, TV, OU ATÉ MESMO SEREM PALAVRAS DE OUTRAS PESSOAS. ISTO É CHAMADO DE ECOLALIA. NÃO PRECISO COMPREENDER O CONTEXTO DAS PALAVRAS QUE ESTOU USANDO. EU SÓ SEI QUE DEVO DIZER ALGUMA COISA.





  

6)EU SOU MUITO ORIENTADO VISUALMENTE PORQUE A LINGUAGEM É MUITO DIFÍCIL PARA MIM.POR FAVOR, ME MOSTRE COMO FAZER ALGUMA COISA AO INVÉS DE SIMPLESMENTE ME DIZER.

 E, POR FAVOR, ESTEJA PREPARADO PARA ME MOSTRAR MUITAS VEZES. REPETIÇÕES CONSISTENTES ME AJUDAM A APRENDER. UM ESQUEMA VISUAL ME AJUDA DURANTE O DIA-A-DIA. ALIVIA-ME DO STRESS DE TER QUE LEMBRAR O QUE VAI ACONTECER. AJUDA-ME A TER UMA TRANSIÇÃO MAIS FÁCIL ENTRE UMA ATIVIDADE E OUTRA. AJUDA-ME A CONTROLAR O TEMPO, AS MINHAS ATIVIDADES E ALCANÇAR AS SUAS EXPECTATIVAS. EU NÃO VOU PERDER A NECESSIDADE DE TER UM ESQUEMA VISUAL POR ESTAR CRESCENDO. MAS O MEU NÍVEL DE REPRESENTAÇÃO PODE MUDAR. ANTES QUE EU POSSA LER, PRECISO DE UM ESQUEMA VISUAL COM FOTOGRAFIAS OU DESENHOS SIMPLES. COM O MEU CRESCIMENTO, UMA COMBINAÇÃO DE PALAVRAS E FOTOS PODE AJUDAR MAIS TARDE A CONHECER AS PALAVRAS.



7)POR FAVOR, PRESTE ATENÇÃO E DIGA O QUE EU POSSO FAZER AO INVÉS DE SÓ DIZER O QUE EU NÃO POSSO FAZER. 

COMO QUALQUER OUTRO SER HUMANO NÃO POSSO APRENDER EM UM AMBIENTE ONDE SEMPRE ME SINTA INÚTIL, QUE HÁ ALGO ERRADO COMIGO E QUE PRECISO DE "CONSERTO". PARA QUE TENTAR FAZER ALGUMA COISA NOVA QUANDO SEI QUE VOU SER CRITICADO? CONSTRUTIVAMENTE OU NÃO É UMA COISA QUE VOU EVITAR. PROCURE O MEU POTENCIAL E VOCÊ VAI ENCONTRAR MUITOS! TEREI MAIS QUE UMA MANEIRA PARA FAZER AS COISAS.



8)POR FAVOR, ME AJUDE COM INTERAÇÕES SOCIAIS. 

PARECER QUE NÃO QUERO BRINCAR COM AS OUTRAS CRIANÇAS NO PARQUE, MAS ALGUMAS VEZES SIMPLESMENTE NÃO SEI COMO COMEÇAR UMA CONVERSA OU ENTRAR NA BRINCADEIRA. SE VOCÊ PODE ENCORAJAR OUTRAS CRIANÇAS A ME CONVIDAREM A JOGAR FUTEBOL OU BRINCAR COM CARRINHOS, TALVEZ EU FIQUE MUITO FELIZ POR SER INCLUÍDO. EU SOU MELHOR EM BRINCADEIRAS QUE TENHAM ATIVIDADES COM ESTRUTURA COMEÇO-MEIO-FIM. NÃO SEI COMO "LER" EXPRESSÃO FACIAL, LINGUAGEM CORPORAL OU EMOÇÕES DE OUTRAS PESSOAS. AGRADEÇO SE VOCÊ ME ENSINAR COMO DEVO RESPONDER SOCIALMENTE. EXEMPLO: SE EU RIR QUANDO SANDRA CAIR DO ESCORREGADOR NÃO É QUE EU ACHE ENGRAÇADO. É QUE EU NÃO SEI COMO AGIR SOCIALMENTE. ENSINE-ME A DIZER: "VOCÊ ESTA BEM?".






9)TENTE ENCONTRAR O QUE PROVOCA A MINHA PERDA DE CONTROLE.

PERDA DE CONTROLE, "CHILIQUE", BIRRA, MAL-CRIAÇÃO, ESCÂNDALO, COMO VOCÊ QUISER CHAMAR, ELES SÃO MAIS HORRÍVEIS PARA MIM DO QUE PARA VOCÊ. ELES ACONTECEM PORQUE UM OU MAIS DOS MEUS SENTIDOS FOI ESTIMULADO AO EXTREMO. SE VOCÊ CONSEGUIR DESCOBRIR O QUE CAUSA A MINHA PERDA DE CONTROLE, ISSO PODERÁ SER PREVENIDO - OU ATÉ EVITADO. MANTENHA UM DIÁRIO DE HORAS, LUGARES PESSOAS E ATIVIDADES. VOCÊ ENCONTRAR UMA SEQÜÊNCIA PODE PARECER DIFÍCIL NO COMEÇO, MAS, COM CERTEZA, VAI CONSEGUIR. TENTE LEMBRAR QUE TODO COMPORTAMENTO É UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO. ISSO DIRÁ A VOCÊ O QUE AS MINHAS PALAVRAS NÃO PODEM DIZER: COMO EU SINTO O MEU AMBIENTE E O QUE ESTÁ ACONTECENDO DENTRO DELE.




10)SE VOCÊ É UM MEMBRO DA FAMÍLIA ME AME SEM NENHUMA CONDIÇÃO.

ELIMINE PENSAMENTOS COMO "SE ELE PELO MENOS PUDESSE…" OU "PORQUE ELE NÃO PODE…" VOCÊ NÃO CONSEGUIU ATENDER A TODAS AS EXPECTATIVAS QUE OS SEUS PAIS TINHAM PARA VOCÊ E VOCÊ NÃO GOSTARIA DE SER SEMPRE LEMBRADO DISSO. EU NÃO ESCOLHI SER AUTISTA. MAS LEMBRE-SE QUE ISTO ESTÁ ACONTECENDO COMIGO E NÃO COM VOCÊ. SEM A SUA AJUDA A MINHA CHANCE DE ALCANÇAR UMA VIDA ADULTA DIGNA SERÁ PEQUENA. COM O SEU SUPORTE E GUIA, A POSSIBILIDADE É MAIOR DO QUE VOCÊ PENSA. EU PROMETO: EU VALHO A PENA. E, FINALMENTE TRÊS PALAVRAS MÁGICAS: PACIÊNCIA, PACIÊNCIA, PACIÊNCIA. AJUDA A VER O MEU AUTISMO COMO UMA HABILIDADE DIFERENTE E NÃO UMA DESABILIDADE. OLHE POR CIMA DO QUE VOCÊ ACHA QUE SEJA UMA LIMITAÇÃO E VEJA O PRESENTE QUE O AUTISMO ME DEU. TALVEZ SEJA VERDADE QUE EU NÃO SEJA BOM NO CONTATO OLHO NO OLHO E CONVERSAS, MAS VOCÊ NOTOU QUE EU NÃO MINTO, ROUBO EM JOGOS, FOFOCO COM AS COLEGAS DE CLASSE OU JULGO OUTRAS PESSOAS? É VERDADE QUE EU NÃO VOU SER UM RONALDINHO "FENÔMENO" DO FUTEBOL. MAS, COM A MINHA CAPACIDADE DE PRESTAR ATENÇÃO E DE CONCENTRAÇÃO NO QUE ME INTERESSA, EU POSSO SER O PRÓXIMO EINSTEIN, MOZART OU VAN GOGH. ELES TAMBÉM TINHAM AUTISMO, UMA POSSÍVEL RESPOSTA PARA ALZAHEIM O ENIGMA DA VIDA EXTRATERRESTRE - O QUE O FUTURO TEM GUARDADO PARA CRIANÇAS AUTISTAS COMO EU, ESTÁ NO PRÓPRIO FUTURO. TUDO QUE EU POSSO SER NÃO VAI ACONTECER SEM VOCÊ SENDO A MINHA BASE. PENSE SOBRE ESTAS "REGRAS" SOCIAIS E SE ELAS NÃO FAZEM SENTIDO PARA MIM, DEIXE DE LADO. SEJA O MEU PROTETOR SEJA O MEU AMIGO E NÓS VAMOS VER ATE ONDE EU POSSO IR. CONTO COM VOCÊ!!!
   

Fonte: Grupo Professores Solidários

Retirado do blog da professora Rirela em 06/03/2011:
http://proportoseguro.blogspot.com/2010/09/dez-coisas-que-toda-crianca-com-autismo.html 
pela minha amiga Simone do blog Pindukinha:

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