Postagem em destaque

Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância.

Resenha do livro: POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio d...

"Universidade federal não forma para o trabalho"









  por  RICARDO WESTIN

O professor e economista Jorge Madeira Nogueira, da Universidade de Brasília, afirma que o
 Ministério da Educação é capaz de impedir o temido "apagão" de mão de obra qualificada no Brasil.
O MEC, diz, precisa fechar os cursos baratos das universidades federais e transferi-los para as faculdades privadas. As federais ficariam só com os cursos que formam profissionais estratégicos para o crescimento do país.

FOLHA - Existe, de fato, o risco de a economia travar por falta de profissional qualificado?


Jorge M. Nogueira 
Formamos muitos advogados e administradores, mas um país não se faz só com advogados e administradores. Muitas empresas já não conseguem encontrar engenheiros dentro da qualificação necessária. A nossa graduação está formando pouco e mal.

Mas o governo tem multiplicado as vagas nas federais...
Lamento essa estratégia. O Brasil não tem dinheiro para manter 70 universidades federais. Está diluindo recursos. Com pouco dinheiro, as federais passam fome e fazem pesquisinha. Entre numa federal de Mato Grosso e você vai chorar. E é justamente lá a fronteira agrícola. Por outro lado, as federais sempre têm um curso de contabilidade. Não adianta fazer universidade pública com cursos baratos. Quero ver abrir engenharia nuclear ou mecatrônica. O governo deve escolher dez universidades e investir pesado, para que se tornem fontes de recursos humanos top de linha.

E os cursos baratos?
As faculdades privadas podem cuidar deles. Os alunos que não puderem pagar terão bolsas de estudos. Não podemos querer que a universidade pública se encarregue de tudo. O Brasil não está tendo a coragem de fazer a divisão entre público e privado no ensino superior. Antes, dava-se um diploma ao jovem e pronto. Ele conseguia emprego. Hoje há o mercado. A empresa quer o jovem com uma qualificação bem específica. Se não tiver, ele não serve para o mercado.


Não é perigoso deixar as universidades federais formando só para o mercado?
Não é pecado. É claro que as federais não devem formar só o que o mercado quer, mas também não devem formar só o que o mercado não quer. A esquerda tem um ranço de que é preciso formar universitários com uma visão humanística, mas assim deixa-se o mercado a ver navios. Não me venham com o papo de que 70 federais de péssima qualidade geram pensamento. O governo pode deixar um grupo menor [de universidades] com qualidade fazendo esses novos pensamentos. Quando se quer todas as universidades fazendo tudo, elas ficam medíocres.

FONTE:

ESTA REPORTAGEM É INTERESSANTE, POIS  FAZ PENSAR SOBRE OS RUMOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL, QUE A MEU VER AINDA É BASTANTE DEFICITÁRIO.NÃO ENTENDO QUE "ACOMPANHAR O MERCADO"SERIA O MAIS IMPORTANTE. O PRINCIPAL É OFERECER SUBSIDIOS REAIS PARA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS COMPETENTES E COMPLETOS, RESPEITANDO AS EXIGÊNCIAS MERCADOLÓGICAS E VOCACIONAIS DOS ESTUDANTES.


"Universidade federal não forma para o trabalho"









  por  RICARDO WESTIN

O professor e economista Jorge Madeira Nogueira, da Universidade de Brasília, afirma que o
 Ministério da Educação é capaz de impedir o temido "apagão" de mão de obra qualificada no Brasil.
O MEC, diz, precisa fechar os cursos baratos das universidades federais e transferi-los para as faculdades privadas. As federais ficariam só com os cursos que formam profissionais estratégicos para o crescimento do país.

FOLHA - Existe, de fato, o risco de a economia travar por falta de profissional qualificado?


Jorge M. Nogueira 
Formamos muitos advogados e administradores, mas um país não se faz só com advogados e administradores. Muitas empresas já não conseguem encontrar engenheiros dentro da qualificação necessária. A nossa graduação está formando pouco e mal.

Mas o governo tem multiplicado as vagas nas federais...
Lamento essa estratégia. O Brasil não tem dinheiro para manter 70 universidades federais. Está diluindo recursos. Com pouco dinheiro, as federais passam fome e fazem pesquisinha. Entre numa federal de Mato Grosso e você vai chorar. E é justamente lá a fronteira agrícola. Por outro lado, as federais sempre têm um curso de contabilidade. Não adianta fazer universidade pública com cursos baratos. Quero ver abrir engenharia nuclear ou mecatrônica. O governo deve escolher dez universidades e investir pesado, para que se tornem fontes de recursos humanos top de linha.

E os cursos baratos?
As faculdades privadas podem cuidar deles. Os alunos que não puderem pagar terão bolsas de estudos. Não podemos querer que a universidade pública se encarregue de tudo. O Brasil não está tendo a coragem de fazer a divisão entre público e privado no ensino superior. Antes, dava-se um diploma ao jovem e pronto. Ele conseguia emprego. Hoje há o mercado. A empresa quer o jovem com uma qualificação bem específica. Se não tiver, ele não serve para o mercado.


Não é perigoso deixar as universidades federais formando só para o mercado?
Não é pecado. É claro que as federais não devem formar só o que o mercado quer, mas também não devem formar só o que o mercado não quer. A esquerda tem um ranço de que é preciso formar universitários com uma visão humanística, mas assim deixa-se o mercado a ver navios. Não me venham com o papo de que 70 federais de péssima qualidade geram pensamento. O governo pode deixar um grupo menor [de universidades] com qualidade fazendo esses novos pensamentos. Quando se quer todas as universidades fazendo tudo, elas ficam medíocres.

FONTE:

ESTA REPORTAGEM É INTERESSANTE, POIS  FAZ PENSAR SOBRE OS RUMOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL, QUE A MEU VER AINDA É BASTANTE DEFICITÁRIO.NÃO ENTENDO QUE "ACOMPANHAR O MERCADO"SERIA O MAIS IMPORTANTE. O PRINCIPAL É OFERECER SUBSIDIOS REAIS PARA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS COMPETENTES E COMPLETOS, RESPEITANDO AS EXIGÊNCIAS MERCADOLÓGICAS E VOCACIONAIS DOS ESTUDANTES.


A música das esferas, artigo de Marcelo Gleiser

 
A música fala diretamente ao inconsciente, criando ressonâncias emotivas que são únicas. É bem verdade que um poema ou um quadro também afetam pessoas de modo diferente. Mas a mensagem é mais concreta, mais direta. Existe algo de imponderável na música, um apelo primordial, algo que antecede palavras ou imagens
Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro 'O Fim da Terra e do Céu'. Artigo publicado na 'Folha de SP':

A música, dentre as artes, é a mais misteriosa. Como podem os sons invocar emoções tão fortes, alegrias e tristezas, lembranças de momentos especiais ou dolorosos, paixões passadas e esperanças futuras, patriotismo, ódio, ternura? Quando se pensa que sons nada mais são que vibrações que se propagam pelo ar, o mistério aumenta ainda mais.

A física explica como ondas sonoras se comportam, suas frequências e amplitudes. A biologia e as ciências cognitivas explicam como o aparelho auditivo transforma essas vibrações em impulsos elétricos que são propagados ao longo de nervos para os locais apropriados do cérebro.

Mas daí até entender por que um adágio faz uma pessoa chorar, enquanto outra fica indiferente ou até acha aquilo chato, o pulo é enorme.

A música fala diretamente ao inconsciente, criando ressonâncias emotivas que são únicas. É bem verdade que um poema ou um quadro também afetam pessoas de modo diferente. Mas a mensagem é mais concreta, mais direta. Existe algo de imponderável na música, um apelo primordial, algo que antecede palavras ou imagens.

Não é por acaso que a música teve, desde o início da história, um papel tão fundamental nos rituais. Ritmos evocam transes em que o eu é anulado em nome de algo muito mais amplo. Quando um grupo de pessoas escuta o mesmo ritmo, as separações entre elas deixam de existir, e um sentimento de união se faz presente. Mais explicitamente, todo mundo gosta de sambar com uma boa batucada. E todos no mesmo ritmo, ou seja, indivíduos se unificam por meio da dança. A dança dá realidade espacial à música, tornando-a concreta.

A música foi o primeiro veículo de transcendência do homem. Daí sua presença tão fundamental nas várias religiões. E ela foi, também, a primeira porta para a ciência. Tudo começou em torno de 520 a.C., quando o filósofo grego Pitágoras, vivendo na época no sul da Itália, descobriu uma relação matemática entre som e harmonia. Ele mostrou que os sons que chamamos de harmônicos, prazerosos, obedecem a uma relação matemática simples.

Usando uma lira, uma espécie de harpa antiga, ele mostrou que o tom de uma corda, quando soada na metade de seu comprimento, é uma oitava acima do som da corda livre, portanto satisfazendo uma razão de 1:2. Quando a corda é soada em 2:3 de seu comprimento, o som é uma quinta mais alto; em 3:4, uma quarta mais alto.

Com isso, Pitágoras construiu uma escala musical baseada em razões simples entre os números inteiros. Como essa escala era de caráter tonal, os pitagóricos associaram o que é harmônico com o que obedece a relações simples entre os números inteiros.

E foi aqui que eles deram o grande pulo: não só a música que ouvimos, mas todas as harmonias e proporções geométricas que existem na natureza podem ser descritas por relações simples entre números inteiros. Afinal, formas podem ser aproximadas por triângulos, quadrados, esferas etc., e essas figuras podem ser descritas por números.

Portanto, do mesmo modo que a corda da lira gera música harmônica para determinadas razões de seu comprimento, os padrões geométricos do mundo também geram as suas melodias: a música se torna expressão da harmonia da natureza, e a matemática, a linguagem com que essa harmonia é expressa. Som, forma e número são unificados no conceito de harmonia.

Pitágoras não deixou as suas harmonias apenas na Terra. Ele as lançou para os céus, para as esferas celestes. Embora os detalhes tenham se perdido para sempre, segundo a lenda apenas o mestre podia ouvir a música das esferas.

Na época, ainda se acreditava que a Terra era o centro do cosmo. Os planetas eram transportados através dos céus grudados nas esferas celestes. Se as distâncias entre essas esferas obedeciam a certas razões, elas também gerariam música ao girar pelos céus, a música das esferas. Pitágoras e seus sucessores não só estabeleceram a essência matemática da natureza como levaram essa essência além da Terra, unificando o homem com o restante do cosmo por meio da música como veículo de transcendência.
(Folha de SP, 14/12)  

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=14985
 

A música das esferas, artigo de Marcelo Gleiser

 
A música fala diretamente ao inconsciente, criando ressonâncias emotivas que são únicas. É bem verdade que um poema ou um quadro também afetam pessoas de modo diferente. Mas a mensagem é mais concreta, mais direta. Existe algo de imponderável na música, um apelo primordial, algo que antecede palavras ou imagens
Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro 'O Fim da Terra e do Céu'. Artigo publicado na 'Folha de SP':

A música, dentre as artes, é a mais misteriosa. Como podem os sons invocar emoções tão fortes, alegrias e tristezas, lembranças de momentos especiais ou dolorosos, paixões passadas e esperanças futuras, patriotismo, ódio, ternura? Quando se pensa que sons nada mais são que vibrações que se propagam pelo ar, o mistério aumenta ainda mais.

A física explica como ondas sonoras se comportam, suas frequências e amplitudes. A biologia e as ciências cognitivas explicam como o aparelho auditivo transforma essas vibrações em impulsos elétricos que são propagados ao longo de nervos para os locais apropriados do cérebro.

Mas daí até entender por que um adágio faz uma pessoa chorar, enquanto outra fica indiferente ou até acha aquilo chato, o pulo é enorme.

A música fala diretamente ao inconsciente, criando ressonâncias emotivas que são únicas. É bem verdade que um poema ou um quadro também afetam pessoas de modo diferente. Mas a mensagem é mais concreta, mais direta. Existe algo de imponderável na música, um apelo primordial, algo que antecede palavras ou imagens.

Não é por acaso que a música teve, desde o início da história, um papel tão fundamental nos rituais. Ritmos evocam transes em que o eu é anulado em nome de algo muito mais amplo. Quando um grupo de pessoas escuta o mesmo ritmo, as separações entre elas deixam de existir, e um sentimento de união se faz presente. Mais explicitamente, todo mundo gosta de sambar com uma boa batucada. E todos no mesmo ritmo, ou seja, indivíduos se unificam por meio da dança. A dança dá realidade espacial à música, tornando-a concreta.

A música foi o primeiro veículo de transcendência do homem. Daí sua presença tão fundamental nas várias religiões. E ela foi, também, a primeira porta para a ciência. Tudo começou em torno de 520 a.C., quando o filósofo grego Pitágoras, vivendo na época no sul da Itália, descobriu uma relação matemática entre som e harmonia. Ele mostrou que os sons que chamamos de harmônicos, prazerosos, obedecem a uma relação matemática simples.

Usando uma lira, uma espécie de harpa antiga, ele mostrou que o tom de uma corda, quando soada na metade de seu comprimento, é uma oitava acima do som da corda livre, portanto satisfazendo uma razão de 1:2. Quando a corda é soada em 2:3 de seu comprimento, o som é uma quinta mais alto; em 3:4, uma quarta mais alto.

Com isso, Pitágoras construiu uma escala musical baseada em razões simples entre os números inteiros. Como essa escala era de caráter tonal, os pitagóricos associaram o que é harmônico com o que obedece a relações simples entre os números inteiros.

E foi aqui que eles deram o grande pulo: não só a música que ouvimos, mas todas as harmonias e proporções geométricas que existem na natureza podem ser descritas por relações simples entre números inteiros. Afinal, formas podem ser aproximadas por triângulos, quadrados, esferas etc., e essas figuras podem ser descritas por números.

Portanto, do mesmo modo que a corda da lira gera música harmônica para determinadas razões de seu comprimento, os padrões geométricos do mundo também geram as suas melodias: a música se torna expressão da harmonia da natureza, e a matemática, a linguagem com que essa harmonia é expressa. Som, forma e número são unificados no conceito de harmonia.

Pitágoras não deixou as suas harmonias apenas na Terra. Ele as lançou para os céus, para as esferas celestes. Embora os detalhes tenham se perdido para sempre, segundo a lenda apenas o mestre podia ouvir a música das esferas.

Na época, ainda se acreditava que a Terra era o centro do cosmo. Os planetas eram transportados através dos céus grudados nas esferas celestes. Se as distâncias entre essas esferas obedeciam a certas razões, elas também gerariam música ao girar pelos céus, a música das esferas. Pitágoras e seus sucessores não só estabeleceram a essência matemática da natureza como levaram essa essência além da Terra, unificando o homem com o restante do cosmo por meio da música como veículo de transcendência.
(Folha de SP, 14/12)  

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=14985
 

Aritmúsica ou Música Pitagórica?

Pitágoras a Música e a Matemática

                                             por Danubia Rocha


Um certo Pitágoras, numa das suas viagens, passou por acaso numa oficina onde se batia numa bigorna com cinco martelos. Espantado pela agradável harmonia (concordiam) que eles produziam, o nosso filósofo aproximou-se e, pensando inicialmente que a qualidade do som e da harmonia (modulationis) estava nas diferentes mãos, trocou os martelos. Assim feito, cada martelo conservava o som que lhe era próprio. Após ter retirado um que era dissonante, pesou os outros e, coisa admirável, pela graça de Deus, o primeiro pesava doze, o segundo nove, o terceiro oito, o quarto seis de não sei que unidade de peso.” Assim descreve Guido d’Arezzo (992 -1050?), no seu pequeno mas influente tratado de música Micrologus, a lenda que atribui a Pitágoras (séc. VI AC) a descoberta fundamental da dependência dos intervalos musicais dos quocientes dos primeiros números inteiros, i.e., parafraseando o romano Boécio (séc. VI), “a grande, espantosa e muito sutil relação (concordiam) que existe entre a música e as proporções dos números (numerum proportione)”




A música na Grécia Antiga:

Na Grécia Antiga se tinha uma concepção muito diferente  da nossa sobre música.O conceito de música para os Gregos não se limitava apenas à sua dimensão sonora.É muito mais amplo e complexo e englobava a dança, poesia, filosofia e a matafísica (ramo da filosofia que estuda a essência do mundo). 



O conceito de mousiké:
Etimologicamente a palavra mousiké significa musa.Filhas de Júpiter e Mnemosine, as musas eram as Deusas da poesia e da educação, que na época abrangiam não somente o conhecimento literário mas também as outras expressões artísticas como a dança, o canto, e os instrumentos musicais.As musas doavam inspiração poética e conhecimentos aos homens. No secVI a.c surge o conceito de uma música que não se houve, mas é pensada antes como fenômeno sonoro representado por símbolos e razões matemáticas.O conceito de música amplia se aproximando do conceito de logos e harmonia, como forma de organização do pensamento
A palavra harmonia para os gregos, foi usada de maneira diferente de seu sentido atual, pois não se referia apenas a harmonia musical e também harmonia matemática e filosófica.


O mito e o logus:
A mitologia foi uma das principais heranças da civilização Grega.Os mitos influenciaram a arte a história e o pensamento Grego. O mito era uma narrativa oral ligada a um conceito ritualístico.
O surgimento da escrita distanciou o mito do momento sagrado da narrativa.E assim nasce o logos discurso racional, lógico e objetivo sobre o mundo que se expressa sobretudo pela escrita.
Em relação à música, a articulação entre o mitos e o logos, teve amplas repercussões na cultura Grega.Eles se aproximam; o canto afinado remete a palavra à uma outra dimensão onde a forma de expressão é tão importante quanto o conteúdo.A presença da música em recitais de poesia e nos antigos épicos, envolvia a palavra em um poder sagrado quase mítico.
Acreditava se nesta época, que a música poderia influenciar no caracter de uma pessoa, dependendo da melodia tocada.

O primeiro experimemto científico da história:
Por volta do sec VI a.c com os pitagóricos, ao descobrirem as proporções numéricas contidas nas harmonias musicais, a música passou a ser explicada por meio da matemática e da lógica, tornando se objeto de especulação teórica.Com a criação do alfabeto tornou se possível representar não só os sons da língua mas também dos números e da música. Desta forma a música passou a ocupar lugar central na educação Grega.
A música tinha o objetivo de educar o senso estético dos discípulos da sociedade pitagórica.A contemplação dos sons individuais assim como as das melodias e sua composições, acontecia da mesma forma que  se apreciava a geometria e suas figuras.
Foi assim que Pitágoras relacionou a música com a matemática.
Conforme a lenda, Pitágoras foi guiado pelos deuses na descoberta das razões matemáticas por trás dos sons, depois de observar o comprimento dos martelos dos ferreiros. A ele é creditado a descoberta do intervalo de uma oitava como sendo referente a uma relação de frequência de 2:1, uma quinta em 3:2, uma quarta em 4:3, e um tom em 9:8. Os seguidores de Pitágoras aplicaram estas razões ao comprimento de fios de corda em um instrumento chamado cânon, ou monocorda, e, portanto, foram capazes de determinar matematicamente a entonação de todo um sistema musical. Os pitagóricos viam estas razões governando todo o Cosmos assim como o som, e Platão descreve em sua obra, Timeu, "a alma do mundo" como estando estruturada de acordo com estas mesmas razões. Para os pitagóricos, assim como para platão, a música se tornou uma natural extensão da matemática, bem como uma arte.
MONOCÓRDIO


O maior impacto gerado por esta descoberta foi de que a harmonia sensível, percebida nas consonâncias musicais, estava relacionada à harmonia inteligível, representada pelos números.Essa correspondência entre
fenômenos físicos e os números foi a base da filosofia pitagórica.Esta idéia inspirou para o modelo platônico de música das esferas.Seu pensamento profético vislumbrou nos intervalos musicais as leis que regem o Universo. Se os números apenas bastam para explicar a consonância não poderia também o todo ser exprimível como número ou proporção?


 Através deste estudo podemos observar que a música pode ser o cominho para uma pedagogia mais humanizada, tão difundida e pouco aplicada em nosso dia a dia.

Danubia Rocha 

Biobliografia:
livro: Coleção: Ensaios Transversais
Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação
editora: Escrituras
autor:Carlos Eduardo de Souza Campos Granja ( integrante do grupo Barbatuques )

Aritmúsica ou Música Pitagórica?

Pitágoras: A Música e A Matemática

                                             por Danubia Rocha


Um certo Pitágoras, numa das suas viagens, passou por acaso numa oficina onde se batia numa bigorna com cinco martelos. Espantado pela agradável harmonia (concordiam) que eles produziam, o nosso filósofo aproximou-se e, pensando inicialmente que a qualidade do som e da harmonia (modulationis) estava nas diferentes mãos, trocou os martelos. Assim feito, cada martelo conservava o som que lhe era próprio. Após ter retirado um que era dissonante, pesou os outros e, coisa admirável, pela graça de Deus, o primeiro pesava doze, o segundo nove, o terceiro oito, o quarto seis de não sei que unidade de peso.” Assim descreve Guido d’Arezzo (992 -1050?), no seu pequeno mas influente tratado de música Micrologus, a lenda que atribui a Pitágoras (séc. VI AC) a descoberta fundamental da dependência dos intervalos musicais dos quocientes dos primeiros números inteiros, i.e., parafraseando o romano Boécio (séc. VI), “a grande, espantosa e muito sutil relação (concordiam) que existe entre a música e as proporções dos números (numerum proportione)”




A música na Grécia Antiga:

Na Grécia Antiga se tinha uma concepção muito diferente  da nossa sobre música. O conceito de música para os Gregos não se limitava apenas à sua dimensão sonora.É muito mais amplo e complexo e englobava a dança, poesia, filosofia e a matafísica (ramo da filosofia que estuda a essência do mundo).





O conceito de mousiké:
Etimologicamente a palavra mousiké significa musa.Filhas de Júpiter e Mnemosine, as musas eram as Deusas da poesia e da educação, que na época abrangiam não somente o conhecimento literário mas também as outras expressões artísticas como a dança, o canto, e os instrumentos musicais.As musas doavam inspiração poética e conhecimentos aos homens. No secVI a.c surge o conceito de uma música que não se houve, mas é pensada antes como fenômeno sonoro representado por símbolos e razões matemáticas.O conceito de música amplia se aproximando do conceito de logos e harmonia, como forma de organização do pensamento
A palavra harmonia para os gregos, foi usada de maneira diferente de seu sentido atual, pois não se referia apenas a harmonia musical e também harmonia matemática e filosófica.


O mito e o logus:
A mitologia foi uma das principais heranças da civilização Grega.Os mitos influenciaram a arte a história e o pensamento Grego. O mito era uma narrativa oral ligada a um conceito ritualístico.
O surgimento da escrita distanciou o mito do momento sagrado da narrativa.E assim nasce o logos discurso racional, lógico e objetivo sobre o mundo que se expressa sobretudo pela escrita.
Em relação à música, a articulação entre o mitos e o logos, teve amplas repercussões na cultura Grega.Eles se aproximam; o canto afinado remete a palavra à uma outra dimensão onde a forma de expressão é tão importante quanto o conteúdo.A presença da música em recitais de poesia e nos antigos épicos, envolvia a palavra em um poder sagrado quase mítico.
Acreditava se nesta época, que a música poderia influenciar no caracter de uma pessoa, dependendo da melodia tocada.

O primeiro experimemto científico da história:
Por volta do sec VI a.c com os pitagóricos, ao descobrirem as proporções numéricas contidas nas harmonias musicais, a música passou a ser explicada por meio da matemática e da lógica, tornando se objeto de especulação teórica.Com a criação do alfabeto tornou se possível representar não só os sons da língua mas também dos números e da música. Desta forma a música passou a ocupar lugar central na educação Grega.
A música tinha o objetivo de educar o senso estético dos discípulos da sociedade pitagórica.A contemplação dos sons individuais assim como as das melodias e sua composições, acontecia da mesma forma que  se apreciava a geometria e suas figuras.
Foi assim que Pitágoras relacionou a música com a matemática.
Conforme a lenda, Pitágoras foi guiado pelos deuses na descoberta das razões matemáticas por trás dos sons, depois de observar o comprimento dos martelos dos ferreiros. A ele é creditado a descoberta do intervalo de uma oitava como sendo referente a uma relação de frequência de 2:1, uma quinta em 3:2, uma quarta em 4:3, e um tom em 9:8. Os seguidores de Pitágoras aplicaram estas razões ao comprimento de fios de corda em um instrumento chamado cânon, ou monocorda, e, portanto, foram capazes de determinar matematicamente a entonação de todo um sistema musical. Os pitagóricos viam estas razões governando todo o Cosmos assim como o som, e Platão descreve em sua obra, Timeu, "a alma do mundo" como estando estruturada de acordo com estas mesmas razões. Para os pitagóricos, assim como para platão, a música se tornou uma natural extensão da matemática, bem como uma arte.
MONOCÓRDIO


O maior impacto gerado por esta descoberta foi de que a harmonia sensível, percebida nas consonâncias musicais, estava relacionada à harmonia inteligível, representada pelos números.Essa correspondência entre
fenômenos físicos e os números foi a base da filosofia pitagórica.Esta idéia inspirou para o modelo platônico de música das esferas.Seu pensamento profético vislumbrou nos intervalos musicais as leis que regem o Universo. Se os números apenas bastam para explicar a consonância não poderia também o todo ser exprimível como número ou proporção?


 Através deste estudo podemos observar que a música pode ser o cominho para uma pedagogia mais humanizada, tão difundida e pouco aplicada em nosso dia a dia.

Danubia Rocha 

Biobliografia:
livro: Coleção: Ensaios Transversais
Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação
editora: Escrituras
autor: Carlos Eduardo de Souza Campos Granja ( integrante do grupo Barbatuques )

9 horas de músicas relaxantes

Total de visualizações de página

Depende de nós....

Depende de nós....

Populares